ACSP e Autoridade Portuária de Santos assinam acordo de cooperação técnica
Iniciativa busca desenvolver o projeto ‘Consolidação do Porto de Santos Concentrador de Contêineres’, elaborado pelo Comus, da ACSP, com o objetivo de racionalizar as operações logísticas de Santos

Com atuação ativa e unindo diversos players do setor portuário para debater o assunto desde 2021, o Comitê de Usuários de Portos e Aeroportos (Comus), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), concretizou, nesta quinta-feira, 08/05, acordo de cooperação técnica com o Porto de Santos que prevê aumentar a baldeação de contêineres e a conectividade com portos de grande porte pela navegação de longo curso (internacional) e portos menores (cabotagem).
O acordo busca desenvolver o projeto "Consolidação do Porto de Santos Concentrador de Contêineres”, elaborado pelo Comus, que consiste em racionalizar operações logísticas de percursos porto a porta (desembarques) e porta a porto (embarques), realizar medição e controle das emissões de gases de efeito estufa e promover a difusão entre os usuários do Porto da ideia de descarbonização e inserção do Complexo em corredores marítimos verdes em diversos continentes.
Anderson Pomini, diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), destacou que é importante que a gestão pública tenha a efetiva participação do privado - nesse caso, representada pela ACSP -, para que o Porto se torne um hub multipropósito e seja "a principal janela de conexão com o mundo."
Em sua avaliação, o Porto representa, de certa maneira, a economia: quando a economia cresce em média 2%, 3%, é exatamente o percentual de alta de importação de produtos industrializados. "Nós estamos preparando o Porto pensando 20 anos à frente, justamente levando em consideração o gráfico crescente de movimentação de todas as cargas, mas com foco nos contêineres para atender à pujança do mercado que nós desejamos", disse. "A parceria é vital para que a gestão pública dialogue mais com o gestor privado e erre menos."
O presidente da ACSP, Roberto Mateus Ordine, que comemorou a concretização da parceria, tem opinião semelhante. Para ele, aproximar a autoridade alfandegária do exportador e do importador da sociedade civil é fundamental. "Melhorar esse diálogo, tirar as barreiras e estabelecer proximidade com esses empreendedores só vai facilitar o fluxo das operações."
Para José Cândido Senna, coordenador do Comus, em um Porto em que passam 80% da corrente de comércio global, sendo que só a do Brasil é de US$ 600 bilhões em exportações e importações, a parceria é uma forma de trabalhar ganhos de eficiência e de competitividade.
E a consolidação de Santos como concentrador, e cujas vendas externas que passam por lá são destinadas a 190 países, se insere nesse contexto. "Santos tem conectividade com todo o planeta. E todo o trabalho que vamos fazer, visando ganhos de eficiência, deve seguramente dar elementos para nos ajudar a ampliar mercados e sermos ainda mais competitivos."
IMAGEM: Cesar Bruneli/ACSP