ACSP comemora o centenário do Diário do Comércio
Celebração realizada na sede da entidade com a presença de empresários e autoridades exaltou a trajetória do veículo de comunicação, que foi testemunha dos principais acontecimentos políticos e econômicos de São Paulo, do Brasil e do mundo ao longo de um século
Quem diria: o "Boletim Confidencial", criado para reunir informações sobre a solvência das empresas do comércio paulistano, completou um século. Celebrado nesta segunda-feira, 01/07, o centenário do Diário do Comércio, veículo da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), reuniu importantes nomes do cenário empresarial paulistano para rever sua trajetória de testemunha ocular dos principais acontecimentos políticos e econômicos de São Paulo, do Brasil e do mundo.
Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP, que abriu a cerimônia cumprimentando "leitoras e leitores" e se assumiu "fã" da publicação, lembrou do começo modesto do Diário do Comércio, mas que cresceu, se modernizou e hoje está adaptado aos tempos atuais. "O DC ainda mantém sua função extremamente importante de trazer informações para o comércio, indústria e serviços. Por isso vamos continuar a buscar todos os tipos de informações que possam engrandecer e abastecer os empreendedores com orientações de interesse para suas atividades."
Tendo como mestre de cerimônias o jornalista Carlos Tramontina, o evento contou com a presença de autoridades como Guilherme Afif Domingos, secretário de Projetos Estratégicos do estado de São Paulo, representando o governador em exercício Felício Ramuth, que enviou felicitações por escrito.
Ligado à ACSP desde 1976 e sendo parte da história do Diário do Comércio, conforme destacou, Guilherme Afif, que passou por diversas funções e chegou a presidente da entidade, contou algumas curiosidades relativas à história do jornal, como a expectativa dos leitores associados, aflitos quando a entrega do periódico atrasava, pois aguardavam as informações publicadas pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, comandado pelo economista Marcel Solimeo, ou as páginas de Orientações Legais, editadas pelo jornalista e professor João de Scantimburgo.
"O jornal era fundamental como fonte de orientação e, se atrasava a entrega, os leitores faziam barulho", disse, divertido, lembrando que ia para as gráficas na Rua Barão de Ladário resolver o problema da distribuição, assim como o período de troca de impressoras por outras mais modernas, que imprimiam outros jornais de bairro. "São Paulo tem essa característica de cidade que tem jornal de bairro, uma interligação total com a comunidade. E o DC tinha esse papel."
Afif também lembrou da época em que presidiu a ACSP, e descia todas as tardes para a redação para saber quais as pautas do jornal. "As manchetes eram ótimas, feitas com muito carinho. Porque isso era um atrativo a mais para o jornal", lembra. "Com a mudança dos tempos, fomos para o digital, não porque queríamos: queríamos até manter o jornal distribuído, como 'pão quente'. Mas, assim como eu ia à meia-noite, buscar o jornal saindo das máquinas e pegar a primeira edição para ler as notícias, hoje faço a mesma coisa às 11 da noite, abrindo o meu celular."
O DC se adaptou à internet, ele não morreu, reforçou Afif. "Me sinto muito feliz em participar dessa história. Parabéns ao nosso querido Diário do Comércio no centenário que agora começa."
À frente do jornal impresso por 11 anos, até a transição para o on-line, o jornalista Moises Rabinovici, que comandava uma equipe formada por respeitados veteranos e jovens talentos da imprensa, destacou a singularidade do DC como atrativo, levando-o a conquistar 25 mil "sócios-assinantes". E isso, mesmo sem circulação nas bancas, conforme lembra.
"Quantos outros jornais têm 100 anos no Brasil e ainda estão vivos? É preciso lembrar que o DC começou como um boletim escrito à máquina, mas chegou a influenciar a política econômica do Brasil", destacou Rabinovici. "Como o Dia Nacional sem Impostos: outro dia a televisão mostrou um posto em Belo Horizonte cobrando gasolina mais barata, com fila de carros, gerando muita venda para o comércio. O Diário do Comércio, que sempre foi jornal de uma associação comercial, não ficou limitado a essa condição, tamanha a sua influência."
Atual gestor do DC on-line, o editor-chefe Vinícius Prado afirmou que administrar a redação do Diário do Comércio é motivo de muito orgulho, principalmente quando se considera o trabalho desenvolvido por quem veio antes dele.
"Estar em um jornal que completa 100 anos é, sem dúvida, um presente para todos: para a Associação Comercial de São Paulo, para nossos leitores, e também para toda a equipe que coloca o jornal de pé todos os dias, sempre com um conteúdo profissional que interessa de verdade ao empreendedor brasileiro", disse. "Fazer jornalismo é um desafio gigante o tempo todo. Ver esse jornalismo chegar aos 100 anos e integrar o time que chegou até aqui é sensacional. Que a gente tenha fôlego, garra e muita notícia boa nos nossos próximos anos."
Na cerimônia, também foram homenageadas com uma placa comemorativa empresas que, assim como o Diário do Comércio, completaram ou já ultrapassaram a marca de um século de atividades.
Entre elas, a Associação de Beneficência e Filantropia São Cristóvão; Bar Guanabara; Casa da Boia Comércio e Indústria de Metais; Center Fabril; Clube Atlético Ypiranga; Escola Professor De Franco Caligrafia; Indústrias Lorenzetti; Mercearia Godinho; Móveis Riccó; Padaria Paschoal Carillo; Padaria e Confeitaria Santa Tereza; Ponto Chic; Hospital Sírio Libanês; Vigor Alimentos e a Companhia Melhoramentos, a primeira associada da ACSP, há quase 130 anos.
Também foram homenageados os patrocinadores da edição impressa comemorativa de 100 anos: São Cristóvão Saúde, Sicredi, Mag Seguros, Equifax Boa Vista e Bradesco. Na ocasião, foi anunciado o lançamento da Agência de Notícias DC News, mais uma fonte de informação "em defesa da livre iniciativa e dos direitos do empreendedor", segundo o presidente Ordine.
Todos os participantes da cerimônia receberam um box contendo a edição do livro de 100 anos, com 100 capas publicadas pelo jornal, a edição comemorativa impressa do Diário do Comércio, uma medalha comemorativa e uma folha de selo postal, confeccionados pela Casa da Moeda do Brasil, além de um QR Code para acesso a todas as fotos do evento.
IMAGENS: ACSP