ACSP cobra ação das autoridades contra ataques a lojistas do Centro
No último sábado, uma loja de câmeras de segurança foi saqueada na rua Santa Ifigênia. Com prejuízo estimado em R$ 300 mil, proprietário fala em fechar as portas. Foi o segundo grande saque na região em três meses
*com informações da Agência Estado
A violência atingiu lojistas do Centro da capital paulista mais uma vez. No último sábado, 27/1, uma loja de câmeras de segurança foi invadida e saqueada na Rua Santa Ifigênia. Imagens do circuito de monitoramento flagraram um grande grupo de pessoas, que parecem ser dependentes químicos da região conhecida como Cracolândia, invadindo a loja da rede "Portal das Câmeras". O prejuízo estimado é de R$ 300 mil.
Foi o segundo grande saque a um comércio da região em três meses. Em novembro do ano passado, uma loja de eletrônicos, a Carlos Eletrônicos, foi invadida da mesma forma, roubada e vandalizada. O prejuízo foi estimado à época em cerca de R$ 100 mil.
Diante dos recorrentes casos de violência contra lojistas do Centro, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) cobra ações mais direcionadas da Polícia Militar, acompanhadas de medidas mais efetivas voltadas ao tratamento dos dependentes químicos que se espalharam pela região.
"Prestamos nossa solidariedade aos comerciantes da Santa Ifigênia e, mais uma vez, repudiamos os ataques que estão acontecendo no Centro. É necessário o policiamento nas ruas, mas também ações do Ministério Público para que essas pessoas tenham um tratamento digno para se livrarem da dependência química, para que assim possam ter um recomeço, e a violência no Centro diminua em consequência", diz Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP.
No caso ocorrido no último sábado, imagens de câmeras de segurança mostram centenas de pessoas caminhando pela área. Os vídeos mostram a movimentação em frente ao local. O grupo conseguiu forçar a porta do estabelecimento e levou diversos equipamentos. Algumas das pessoas perceberam o crime e correram, enquanto outras aproveitaram e invadiram a loja. Toda a ação para levar os produtos do comércio durou cerca de cinco minutos.
De acordo com os funcionários, foram levados câmeras, gravadores digitais de vídeo, cabos, fontes, conectores, estabilizadores e no-break. "É assustador você chegar para trabalhar e ver coisas quebradas, roupas, cachimbos, chinelos, tênis. Na hora da invasão, cerca de 100 usuários entraram na loja", afirma o gerente Ricardo Aquino, que trabalha em outra unidade do grupo. "Não temos o número exato, mas acreditamos que o prejuízo seja algo próximo de R$ 300 mil", afirma.
Em função do tamanho dos danos, Aquino avalia que a loja será fechada. "A gente vai ter de fechar essa unidade. Para refazer essa loja vai um dinheiro que a gente não tem. Não tem estoque mais para trabalhar. Então, a gente vai ter que fechar essa unidade", projeta.
O gerente afirma que não é a primeira vez que uma das lojas da rede é roubada. A outra ocorrência, segundo o funcionário, ocorreu na unidade da Avenida Senador Queiróz, um ano atrás. "Lá, a Guarda Municipal conseguiu chegar no momento. Eles quebraram as portas, vitrines e alarmes. Tivemos de refazer tudo isso por conta do arrombamento."
Policiais militares da 2ª companhia do 7º BPM foram acionados para comparecer ao local do furto às 6h13. Segundo a PM, a ocorrência foi encaminhada ao 2º Distrito Policial (Bom Retiro). Policiais da Guarda Civil Metropolitano (GCM) localizaram três homens na Rua Vitória, região da Cracolândia, com objetos eletroeletrônicos, incluindo câmeras, na manhã deste domingo, 28. Eles foram levados ao 2°DP, onde o caso foi registrado.
IMAGENS: Reprodução