5 práticas de gestão do Grupo Sabin
Fundado em Brasília em 1984, o Grupo Sabin começou com apenas três funcionários e se transformou em uma rede de quase 300 laboratórios de saúde, com faturamento superior a R$ 1 bilhão
"Nossa missão diária também é a de servir um pão de queijo gostoso e tocar música ambiente agradável". Quem lê essa frase, provavelmente a atribuirá a uma empresa do ramo alimentar. Mas, não. Ela foi dita por Janete Vaz, uma das fundadoras e sócia-proprietária do Grupo Sabin, de medicina diagnóstica.
Junto com sua amiga, Sandra Costa (também fundadora e sócia-proprietária do Sabin), descobriram oportunidades de negócio ao perceber que os laboratórios concorrentes pecavam em humanização e não ofereciam serviços básicos, como serviço de coleta à tarde e resultados on-line, que hoje, fazem parte do catálogo de serviços do grupo Sabin.
Em sua apresentação durante o Women Enterpreneur Forum (WeForum), realizado no último dia 17, em São Paulo, em um evento organizado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e seu Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura (CMEC), Janete destacou a importância de uma gestão compartilhada e participativa, na qual líderes e colaboradores crescem junto com a empresa.
A empresária contou que a atual CEO da empresa, doutora Lídia Abdalla, começou como estagiária no grupo que hoje conta com mais de 5 mil funcionários diretos. Hoje, dos 450 líderes do grupo, mais de 90% vieram de carreira interna, segundo Janete, e começaram na empresa como atendente, analista, bioquímico, médico e foram trilhando sua própria carreira.
Entusiasta do desenvolvimento pessoal e profissional de sua equipe, Janete considera a forma como a empresa preza as pessoas – tanto seus trabalhadores como os clientes que atende - o segredo de seu sucesso.
Desempenhando papel fundamental na sociedade desde o início da pandemia, a empresária diz que o grupo foi além da simples prestação de serviços e validação de testes - e intermediaram a comunicação do setor de saúde para filtrar informações e verificar o que era de fato informação confiável.
LEIA MAIS: She Economy, um movimento da China para o mundo
Entre uma das histórias contadas, a de um casal detectado com coronavírus em determinado momento chama a atenção de Janete.
"O casal foi muito acolhido e acalmado por uma de nossas técnicas durante a coleta do exame em drive-thru. Chegaram fragilizados e receberam suporte para lidar com o medo, tanto que eles vão ao nosso ponto até hoje, somente para ver a profissional que os atendeu. Formou-se um vínculo", diz.
Por essa razão, Janete acredita que é preciso ir além. Nas palavras da empresária, cuidar de seus profissionais para que eles cuidem dos clientes - para receber, acolher, e até para tranquilizar.
Fundado em Brasília em 1984, o Grupo Sabin começou com apenas três funcionários e se transformou numa rede de quase 300 laboratórios de saúde, com faturamento superior a R$ 1 bilhão. No portfólio são mais de 4 mil exames laboratoriais e de imagem, além do serviço de vacinas, que oferece mais de 20 tipos de imunizações.
Referência quando o assunto é gestão de pessoas, Janete diz que faz questão de tratar os subordinados como se fossem um de seus filhos. Veja algumas práticas do grupo para inspirar a gestão do seu negócio:
FORMAÇÃO DE LÍDERES
De acordo com Janete, uma das políticas internas mais fortes do Grupo é a de apreço a quem está na empresa. Com um programa robusto de benefícios, de qualidade de vida e bem-estar, que passa pelo desenvolvimento e formação de líderes em um ambiente de liberdade e criatividade, cultivando relações de confiança e respeito.
"Temos um propósito muito firme de que as pessoas têm de cuidar de pessoas. Por isso, cuido dos meus profissionais para que eles cuidem dos clientes".
ATENDIMENTO HUMANIZADO
Janete diz se orgulhar do olhar carinhoso que mantém para com as pessoas e que esse comportamento norteou as atividades do laboratório desde sua fundação. O Sabin foi pioneiro em vários pontos fundamentais para a humanização do atendimento.
A empresária recorda que, há alguns anos, tudo relacionado à saúde era muito branco, sem cor. Então, decidiram fazer um laboratório em um shopping com bastante verde e laranja.
As mudanças se estenderam para outros detalhes, como o serviço de copa, em que os pacientes são servidos de pequenos lanchinhos ao longo do dia. Hoje, há mais de 50 músicos contratados pela empresa para tornar o ambiente dos exames mais acolhedor.
"O paciente chega à nossa unidade às 6h da manhã, às vezes com receio da agulha, com medo do resultado do exame, em jejum, muitas vezes já doente, fragilizado - nosso acolhimento faz total diferença”.
DE OLHO NA TECNOLOGIA
Buscando inspirações in loco, como em Israel, um dos maiores ecossistemas de inovação de saúde, o grupo monitora técnicas modernas de medicina diagnóstica e os segmentos em que atuam a fim de obter informações sobre o que está acontecendo de mais moderno nos campos em que o Sabin deseja atuar no futuro.
DIVERSIDADE
Formado em 2018, o programa de diversidade e inclusão do Grupo Sabin já colhe seus frutos. Na questão de gênero, 77% dos profissionais são mulheres e elas ocupam 74% dos cargos de liderança.
"Ter mulher dentro de empresa até é comum, mas líderes não. E para nós, essa é uma prática fundamental".
VIÉS SOCIAL
Chamado de Instituto Sabin, a entidade sem fins lucrativos criada em 2005 pelo Grupo realiza investimentos, parcerias e implementa ações e projetos em todas as cidades onde a empresa atua.
Com a missão de contribuir com a melhoria da qualidade de vida nas comunidades, nas áreas de saúde, esporte e educação, o instituto vem reposicionando - desde 2014 - sua estratégia de atuação para aproximar suas atividades da agenda da inovação social.
A mudança propiciou a redefinição do papel estratégico da política de investimento social do grupo. Assim, em vez de seguir atuando estritamente num recorte temático, como saúde, o instituto teve sua estratégia redesenhada para atuação em inovação social. O objetivo agora é enfrentar problemas socioambientais.
IMAGEM: Grupo Sabin/divulgação