Fundada por Filipe Ferreira (foto), a empresa criou um sistema de compartilhamento de rede de internet que remunera os usuários
Compartilhar carros, casas, bicicletas, ferramentas e até o tempo ocioso. Esse é o principio da economia colaborativa. Um conceito que significa disponibilizar recursos que estão sendo subutilizados e redistribuí-los.
Uber e Airbnb são os melhores exemplos de como essas novas práticas não são apenas bem aceitas pelos consumidores, como também podem ser bastante lucrativas.
Apesar dessa tendência existir há alguns anos – o Airnbnb, por exemplo, foi fundado em 2008 –, o pontencial da economia colaborativa está longe de estar esgotado.De tempos em tempos, surgem startups que propõem essa forma de oferecer produtos e serviços.
A Freenetic é uma delas. Fundada pelos sócios Filipe Ferreira e Janina Kretschmann, a empresa criou um programa de computador que permite o compartilhamento das redes Wi-fi.
A ideia surgiu quando eles conheceram uma rua de bares na cidade de Wuppertal, região de Düsseldorf, na Alemanha. Nesse local, todos os comerciantes colocaram o mesmo nome e senha no Wi-fi, o que permite que todos os clientes utilizem a mesma rede de forma prática.
O que os sócios perceberam: havia, de um lado, grande demanda por internet. De outro, diversas redes de Wi-Fi protegidas por senhas que são subutilizadas durante alguns períodos do dia. A Freenetic pretende unir esses dois pontos.
Sócios da Freenetics durante a premiação da Venture Day
COMO FUNCIONA
Quando o proprietário quiser compartilhar sua internet, ele instala um programa que cria duas redes VPN (Virtual Private Network) separadas. Uma é de seu uso exclusivo e outra fica reservada os outros usuários. Após esse processo, a rede ficará disponível.
O dono pode escolher quando quer que sua internet seja utilizada. “Se um dia ele quiser utilizar um volume de dados muito alto – para assistir um programa do Netflix, por exemplo –ele pode desligar o compartilhamento”, afirma Ferreira. “O proprietário define quando quer ou não dividir a internet.”
Para os usuários dessas redes será cobrada uma taxa mensal de R$ 15 e eles terão acesso a diversas Wi-Fi espalhados em vários pontos. Quanto mais o volume de dados for utilizados, mais o proprietário é remunerado.
A divisão dos valores é feita da seguinte forma: 70% fica com o dono da rede e 30% com a Freenetic. “Queremos remunerar de forma significativa quem compartilha para incentivar que mais pessoas disponibilizem suas redes”, afirma Ferreira.
Para bares e restaurantes que já oferecem a internet gratuita para os consumidores, a Freenetic terá um serviço de gerenciamento de rede Wi-Fi, que inclui divulgação de promoções.
Com esse plano de negócios, a Freenetic foi a vencedora da Venture Day da IE Business School, iniciativa internacional de fomento ao empreendedorismo que premia a empresa vencedora com um curso de Venture Capital em Madri. A startup desbancou outras cinco ideias nacionais e estrangeiras.
REGULAMENTAÇÃO E SEGURANÇA
Com um modelo parecido com o o Uber, a Freenetic também possui um problema similar: a regulamentação. Algumas empresas de telecomunicações não permitem que a revenda da internet residencial, o que pode gerar problemas para a expansão do negócio.
“O compartilhamento é algo que beneficia muito os consumidores”, afirma Ferreira. “As empresas terão que se adaptar a esse novo momento.”
De acordo com Ferreira, os serviços prestados pela Freenetic estão em sintonia com o marco civil da internet e são totalmente seguros tanto para usuários, quanto para proprietários da rede. Pois todas as informações ficam armazenadas. Caso algo ilícito seja praticado enquanto a internet for utilizada, a empresa é capaz identificar quem é o responsável.
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