Fundo de US$ 100 bi contra aquecimento global
Será financiado pelos países ricos, a partir de 2020, para limitar o aquecimento global a 1,5°C. Ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, elogiou o Acordo de Paris no encerramento da Conferência do Clima
Representantes de 195 países reunidos na Conferência do Clima (COP21), em Paris, aprovaram neste sábado (12/12) acordo final sobre a redução de emissões de gases de efeito estufa.
O acordo prevê a criação de um fundo anual de US$ 100 bilhões, financiado pelos países ricos, a partir de 2020, para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
A barreira de 1,5ºC era defendida principalmente por Estados insulares do Pacífico e do Caribe - alguns dos mais afetados pelo aquecimento do planeta. Por outro lado, países como Estados Unidos, China e Brasil propunham um limite menos ambicioso, de 2ºC.
Além disso, o projeto de acordo estabelece que as partes tenham como objetivo alcançar o pico das emissões de gases causadores do efeito estufa "o mais rápido possível", prosseguindo com uma "rápida redução" após esse momento para se chegar a um "equilíbrio" na segunda metade deste século.
No entanto, o texto não fala explicitamente em "neutralidade carbônica" e nem contém datas ou cifras definidas.
O Acordo de Paris, como foi chamado o documento final da 21ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU) , entrará em vigor em 2020.
A cada cinco anos, os países deverão prestar contas sobre as ações desenvolvidas para evitar que a temperatura global não aumente mais de 2 graus Celsius. A redução do aquecimento pretende evitar fenômenos extremos como ondas de calor, seca, cheias, ou subida do nível do mar.
Com a aprovação, o desafio das nações será equilibrar as emissões de gases tóxicos gerados pela ação do homem e os níveis suportados pela natureza.
Os países que assinam o documento definiram que as reduções de emissões de gases devem atingir o limite o mais rápido possível, mas não definiram quando o resultado deve ser alcançado.
Na conferência, os representantes reconheceram que as nações em desenvolvimento deverão levar mais tempo para atingir as metas definidas.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considerou o acordo como enorme passo para assegurar o futuro do planeta. Para Cameron, todos os países assumiram sua parte na luta contra as alterações climáticas.
Pela rede social Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ressaltou a importância do acordo e agradeceu a atuação da diplomacia norte-americana. "Isso é enorme. Quase todos os países do mundo acabam de subscrever o acordo de Paris sobre alterações climáticas".
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que o Acordo de Paris sobre o clima é uma vitória para o planeta e gerações futuras. De acordo com Kerry, os países mandaram uma mensagem aos mercados sobre a direção correta que devem seguir para diminuir a emissão de gases nocivos ao meio ambiente.
BRASIL
A ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira, disse que o Brasil está muito satisfeito com as condições do acordo final da conferência do Clima (COP21), que prevê limitar o crescimento da emissão de gases de efeito estufa a 1,5°C.
A ministra está em Paris e participou, junto com as delegações de outros países, da análise do texto final que foi aprovado hoje (12) pela conferência.
Em declaração divulgada por meio de uma rede social do ministério, a ministra avaliou que o acordo abrirá uma nova fase de enfrentamento da mudança climática. “Ele [acordo] reflete todas posições que o governo brasileiro defendeu.
Trata da visão balanceada de mitigação e adaptação. Traz a questão da transparência do sistema único garantido os meios para que os países em desenvolvimento possam desenvolver seus sistemas, assegurando a soberania nacional, mas também contando com a apoio para a implementação", afirmou.
FOTO: Agência Brasil/Valter Campanato
*Com informações da agência ANSA