Quadros políticos mudam
Religiosos, militares, cartolas e craques do futebol. A cada época emerge um novo time no cenário
A política no Brasil sempre teve a presença de religiosos, na maioria católicos. Os evangélicos sempre presentes, mais discretos e em número menor.
No Nordeste, havia Aurélio Vianna, um socialista deputado por Alagoas que se elegeu senador no Rio, em 1962. O Estado do Rio tinha, em Brasília, Daso Coimbra, eleito sucessivas vezes pelos jornalistas como um dos melhores parlamentares do Brasil.
O líder da luta contra o divórcio, que não foi aprovado enquanto ele estava no Congresso, foi o deputado Monsenhor Arruda Câmara, de Pernambuco. São Paulo elegeu senador o Padre Calazans, padre Baleeiro, e Minas tinha os atuantes padres Godinho e Vidigal.
Depois a Igreja proibiu os clérigos de se candidatarem, ganhando impulso a bancada evangélica. A turma da umbanda teve no deputado Átila Nunes, vereador e estadual no Rio desde os anos 1950, seguido do filho, ainda em atividade.
Os judeus fortes no Rio foram Emanuel Waissman, Aarão Steinbruch, Milton Steinbruch, Rubem Medina e estaduais como Maurício Pinkulsfeld e Silbert Sobrinho, vereador Ronaldo Gomlewsky.
O mesmo acontecia com os militares, muitos eleitos, especialmente no Rio e em São Paulo. A Revolução de 64 proibiu, na Carta de 67, candidaturas militares.
Ainda assim, deram bons parlamentares, como os marechais Juarez Távora e Mendes de Morais, prefeito do Rio que construiu o Maracanã e a ponte para a Ilha do Governador e o Galeão, além de grandes senadores do Rio, cidade e antigo estado, como Amaral Peixoto, Alencastro Gumaraes, Caiado de Castro, Paulo Torres e Gilberto Marinho.
Antes, dirigentes de clubes eram eleitos pelas torcidas, como Veiga Brito e Marcio Braga, do Flamengo, e Eurico Miranda, do Vasco, e em quase todos os estados do Brasil. Hoje, o eleitor vai direto ao craque, como é o caso do senador Romário.