Ou acordam ou caem
Na hora em que a massa mais necessitada começar a protestar nas ruas e de forma mais intensa, quem sabe eles acordam
O Brasil vive um momento surreal.
A população brasileira – e as pesquisas mostram isto - está absolutamente insatisfeita com o governo, os políticos e, podem pesquisar, também com a dominação do Judiciário pelo Executivo e dos conluios entre poderes para preservação de cargos e privilégios.
Estamos todos – pesquisem também - cansados. Não importa a classe econômica, social, o nível de educação, cultura. Rico. Pobre. Remediado.
Estamos todos cansados.
Dos desmandos. Da corrupção. Do descaso. Da irresponsabilidade. Da ineficiência.
E do desrespeito com que os brasileiros em geral são tratados por suas elites, governantes, políticos e partidos.
O brasileiro é maltratado nas repartições públicas. Nos hospitais, nas escolas, nas agências bancárias, nas lojas, nos locais em que busca apoio, socorro, atendimento e solução para seus problemas.
Os governantes, políticos e maus empresários, os juízes, as autoridades, todos, estão preocupados, com uma ou outra exceção, em cuidar de si. O povo é a desculpa demagógica de cada um.
Aí que a coisa complica. Todos eles e elas, os que estão saqueando o país, nas modalidades mais diversas, estão cinicamente pouco se lixando para o grau de insatisfação que tomou as ruas.
Seguem cuidando de suas vidas pessoais, seus cargos, propinas, poder, como se nada estivesse acontecendo.
O índice de rejeição da governanta está abaixo de 10% e ela segue fazendo as mesmas bobagens no comando do país, ouvindo as mesmas pessoas que a aconselham de forma viciada, ideológica e tudo fica como está, porque grandes complôs são costurados entre os agentes dos três poderes para manutenção exclusiva de seus status quo.
Chegam, inclusive, todos eles, a fazer troça da população de classe média que vai às ruas maciçamente mostrar sua indignação.
Um motorista de taxi ontem me disse coisas do PT, da Dilma, do Lula, dos políticos, do prefeito da cidade de São Paulo, que, se eu escrevesse aqui, seria considerado um deselegante, no mínimo.
E deu a receita: “a população pobre, carente, é boa demais. Mas a situação está ficando tão feia que eu mesmo, há dois meses, fecho o mês no vermelho. ”
Na hora em que a massa mais necessitada começar a protestar nas ruas e de forma mais intensa, quem sabe eles acordam. Ou caem.