Dignidade dos militares
O os poderes constituídos devem resolver a crise. Aos militares cumpre apenas preservar a ordem, a soberania e a dignidade nacional
Nessas manifestações que estão se tornando rotineiramente chatas, contra e a favor, tem muita gente que se refere à defesa da “volta dos militares”, ou no repúdio a “militares nunca mais”. Uma bobagem completa.
Em 1964, o movimento teve o apoio da população, dos políticos e da mídia. A resenha de jornais, com a nossa na internet, atesta esta realidade histórica.
Entre os de bom senso, contra e a favor de 64 – eu sou a favor –, existe o consenso que meio século depois o mundo é outro, os instrumentos de defesa da ordem democrática são suficientes para se afastar uma tentativa de tomada de poder fora da Constituição.
Só em países com menos consciência democrática são possíveis movimentos que beiram o ridículo, como os que acontecem neste momento na Venezuela e Bolívia, por exemplo.
Claro que a Nação não está órfã de seus militares, que, ao longo da história, desde a Independência, exerceram um papel moderador importante para a paz e a união dos brasileiros.
O Patrono do Exército, Duque de Caxias, foi um estadista de respeito, não apenas como chefe militar, mas como senador e Chefe de Governo.
O Almirante Tamandaré, marquês, pode ser definido na bela e comovente página de seu testamento, um exemplo de dignidade para todos. E, na Aeronáutica, mais recentemente, figura correta do Brigadeiro Eduardo Gomes, que disputou e perdeu duas eleições presidenciais.
Portanto, falar em intervenção é coisa de ignorantes ou de gente de má fé. Não serve à democracia pela qual os militares tanto lutaram.
Não se pode negar o valor dos brasileiros que, a partir de 1989, passaram a sofrer o maior achatamento salarial da história do serviço público no Brasil. E da queda de verbas para suas obrigações do dia a dia.
Mas a tudo tem suportado com digno silêncio, inclusive ouvindo a repetição caluniosa de fatos que nunca tiveram aval da oficialidade, restritos aos designados para a missão de defesa da ordem interna, contra os que optaram pela luta armada, com violência e crueldade.
A mais, anistia generosa do Presidente João Figueiredo foi recíproca justamente para unir os brasileiros que combateram com idealismo em ambos os lados.
Nesta semana do Dia do Soldado, é natural esclarecer que os poderes constituídos da Nação devem resolver a crise. Aos militares cumpre apenas preservar a ordem, a soberania e a dignidade nacional.