A hora e a vez de João Doria
Atacar de frente, como o povo quer, a violência urbana, enxugar a máquina do Estado e abrir novas frentes de trabalho na energia e nos transportes podem marcar seu mandato
A eleição de João Doria para o governo paulista, depois de uma passagem positiva na Prefeitura da capital, o credenciará para a sucessão do presidente Bolsonaro, que já manifestou vontade de acabar com a reeleição – mácula na Nova República, aprovada de forma que hoje engrossaria os políticos sob a mira da Justiça.
Quem conheceu a maneira de fazer política do Sr. Sérgio Motta, ex-militante de esquerda, verdadeiro “primeiro-ministro” no primeiro mandato de FHC, sabe como a reeleição foi aprovada.
Acertando no governo, fazendo com que São Paulo, que é este colosso na economia graças a livre empresa, volte a ser receptivo e estimulador do investimento privado, como no passado, em gestões vinculadas ao empreendedorismo, como as de Adhemar de Barros, Paulo Egidio, Laudo Natel e Paulo Maluf.
Os anos do tucanato antigo, foram de indiferença em relação ao apoio a livre empresa e a prioridade nas privatizações.
Afinal, se Geraldo Alkmin sempre foi um homem do centro democrático, seus antecessores Mário Covas e José Serra nunca se afastaram de uma formação de esquerda, mantendo uma postura fria e distante em relação a privatizações e à captação mais agressiva de investimentos. O ex-deputado pelo Partido Comunista Alberto Goldman ocupou cargos e influiu muito no partido.
São Paulo perdeu nestes anos a oportunidade de ter aproveitado sua posição excepcional, de mercado, de infraestrutura, de quadros, de empresários, para uma operação de interiorizar a indústria. Assim, desafogaria a capital, gerando bons empregos no interior, de qualidade de vida inquestionável.
João Doria é empresário de sucesso, lida com empresários na intimidade e no diálogo mais positivo, tem sensibilidade social, herdada, aliás, de seu pai, que foi deputado federal. A idade favorecerá suas aspirações futuras e acertar, para ele, não será nenhuma tarefa difícil.
Formar uma boa equipe, com credibilidade, afastar os “traíras” de seu partido ou até deste se afastar, pode ser fundamental para que São Paulo contribua para este novo Brasil que nascerá com o governo Bolsonaro.
Deve aproveitar a mocidade, sem desprezar os experientes de boa conduta. E não se deixar intimidar pelos adeptos do “politicamente correto” que foram rechaçados de maneira inequívoca nas urnas.
Atacar de frente, como o povo quer, a violência urbana, enxugar a máquina do Estado e abrir novas frentes de trabalho na energia e nos transportes podem marcar seu mandato.
Vamos todos torcer!
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