Volume de serviços cai 0,9% no primeiro trimestre
O principal responsável pela queda de março foi o grupo serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 1,8% ante fevereiro
O volume de serviços prestados caiu 0,2% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (15/05).
O principal responsável pela queda de março foi o grupo serviços profissionais, administrativos e complementares, com queda de 1,8% ante fevereiro.
Segundo Rodrigo Lobo, gerente da PMS, esse setor inclui os serviços de apoio e responde à demanda de outros setores empresariais.
Os demais resultados negativos vieram dos segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,8%) e de outros serviços (-0,4%), informou o IBGE.
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Já os impactos positivos vieram de serviços de informação e comunicação (2,3%) e os serviços prestados às famílias (2,1%). O agregado das atividades turísticas subiu 2,0% em março ante fevereiro.
No mês anterior, a taxa do volume de serviços prestados teve variação nula ante janeiro, conforme revisão anunciada nesta terça pelo IBGE - a primeira leitura apontava crescimento de 0,1% em fevereiro ante janeiro.
Na comparação com março do ano anterior, houve redução de 0,8% no volume de serviços prestados, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões iam de um recuo de 2,8% a um avanço de 0,3%, com mediana negativa de 1,25%.
No fechamento do primeiro trimestre, o volume de serviços prestados encolheu 0,9% na comparação com os três últimos meses de 2017.
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No quarto trimestre de 2017, o volume de serviços prestados havia subido 0,5% ante o terceiro trimestre. Segundo Rodrigo Lobo, gerente da PMS do IBGE, os serviços de transportes e de comunicação puxaram essa desaceleração na passagem de um trimestre para o outro.
Já a taxa acumulada pelo volume de serviços prestados no ano ficou negativa em 1,5%.
O volume de serviços prestados acumulado em 12 meses registrou perda de 2,0%.
Desde outubro de 2015, o órgão divulga índices de volume no âmbito da PMS. Antes disso, o IBGE anunciava apenas os dados da receita bruta nominal, sem tirar a influência dos preços sobre o resultado.
Por esse indicador, que continua a ser divulgado, a receita nominal subiu 1,8% em março ante fevereiro. Na comparação com março do ano passado, houve alta na receita nominal de 1,9.
COMO REVERTER ESSE QUADRO?
A recuperação das atividades do setor de serviços depende de um maior volume de negócios na economia como um todo, afirmou Lobo. "Enquanto a economia não mostrar sinais de recuperação mais consistentes, seja da indústria, da agropecuária ou das demais empresas do setor de serviços, não haverá maior fechamento de contratos", afirmou.
Diferentemente do varejo, que pode reagir rapidamente com a recuperações na demanda das famílias, motivadas pela dinâmica de emprego e renda, ou até mesmo por eventos pontuais, como a liberação das contas inativas do FGTS no ano passado, as atividades pesquisadas na PMS não têm nada que as impulsione de uma hora para outra.
O comércio entra no setor de serviços no Produto Interno Bruto (PIB), mas é pesquisado separadamente da PMS, pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). A maioria das atividades financeiras também fica de fora da PMS.
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