Varejo cresce 1,3% em agosto
Sete dos oito segmentos do varejo cresceram de julho para agosto, com destaque para tecidos, vestuário e calçados (5,6%) e combustíveis e lubrificantes (3%), constata IBGE. Para Alencar Burti, da ACSP e da Facesp, reação surpreendeu, mas não alterou o ritmo lento de evolução do setor
As vendas do comércio varejista subiram 1,3% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, informou nesta quinta-feira (11/10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio acima da mediana das estimativas, de 0,1%, e dentro do intervalo das previsões dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que ia de uma queda de 0,7% a avanço de 1,6%.
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Na comparação com agosto de 2017, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 4,1% em agosto de 2018. Nesse confronto, superaram o teto do intervalo das projeções, que iam de uma queda de 1,0% a expansão de 3,0%, com mediana positiva em 1,2%.
As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 2,6% no ano, de acordo com o IBGE. No acumulado em 12 meses, houve avanço de 3,3%.
Apesar de ter considerado surpreendente o crescimento de 4,1% do varejo restrito nacional em agosto frente a igual período de 2017, o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, avalia que o resultado não altera significativamente o ritmo lento de evolução que o setor tem apresentado desde o começo de 2018.
Burti também lembra que que o comércio está muito volátil neste ano em função de fatores circunstanciais, como a paralisação dos caminhoneiros, o frio tardio, antecipando liquidações de inverno e o impacto da base forte de comparação gerada em agosto de 2017 pelos saques do FGTS.
“São vários altos e baixos. Contudo, são fatores que se anulam e fazem, na média, o varejo crescer em ritmo moderado”, diz ele, que também preside a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
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Sete dos oito segmentos do varejo tiveram crescimento de julho para agosto, com destaque para combustíveis e lubrificantes (3%) e tecidos, vestuário e calçados (5,6%).
Também tiveram alta os setores de supermercados, alimentos e bebidas (0,7%), artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria (0,9%), móveis e eletrodomésticos (2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,5%) e equipamentos para material para escritório, informática e comunicação (0,6%).
Sobre os destaques positivos de artigos farmacêuticos e hiper, supermercados, prods. alimentícios e bebidas, Burti destaca que tendem a resistir a contratempos, por reunirem produtos de primeira necessidade.
“Também foram impulsionados pelo frio tardio em agosto, o que aumenta a venda de remédios para gripe e resfriado e demanda mais alimentos e bebidas para consumo em casa”.
O único segmento com recuo foi o de livros, jornais e papelaria: -2,5%. O varejo ampliado, que também inclui os segmentos de materiais de construção e de veículos e peças, teve crescimento de 4,2% por conta de altas de 5,4% no setor de veículos e de 4,6% dos materiais de construção.
O varejo ampliado teve crescimentos de 2,2% na média móvel trimestral, de 6,9% na comparação com agosto do ano passado, de 5,6% no acumulado do ano e de 6,4% no acumulado de 12 meses.
Por último, o presidente da ACSP e da Facesp avalia que o ramo de veículos e motos, partes e peças (15,9%) foi beneficiado por condições favoráveis de crédito (mais barato e com mais garantia).
“Mas é uma recuperação do terreno perdido desde 2012. Agora volta a subir, mas ainda está 30,8% abaixo do patamar recorde”.
RECEITA NOMINAL
Em relação à receita nominal, o comércio varejista teve altas de 1,5% na comparação com julho, de 0,9% na média móvel trimestral, de 7,6% no confronto com agosto do ano passado, de 4,4% no acumulado do ano e de 4% no acumulado de 12 meses.
Já o varejo ampliado teve, em sua receita nominal, altas de 4,4% na comparação com julho, 2,4% na média móvel trimestral, de 9,7% em relação a agosto do ano passado, de 6,9% no acumulado do ano e de 6,7% no acumulado de 12 meses.
AINDA LONGE DO AUGE
As vendas do comércio varejista mostraram melhora na passagem de julho para agosto (1,3%), mas ainda estão 6,4% abaixo do pico registrado em outubro de 2014, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, também houve avanço (4,2%). O volume vendido, porém, encontra-se 10,1% aquém do patamar recorde alcançado em agosto de 2012.
*Com Agência Brasil
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