Rentabilidade das exportações subiu 4,6% no primeiro bimestre
O indicador é calculado pela multiplicação da taxa de câmbio média do mês (que no caso foi de R$ 3,97) pelo índice de preço de exportação
O índice de rentabilidade das exportações brasileiras, calculado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), avançou 1,3% em fevereiro ante o mesmo mês de 2015, para 87,7 pontos.
O indicador é calculado pela multiplicação da taxa de câmbio média do mês (que no caso foi de R$ 3,97) pelo índice de preço de exportação.
Conforme nota da Funcex, o resultado decorreu do efeito da desvalorização do real (de 41,1% no período), que compensou os impactos da queda dos preços das exportações (-19,4%) e do aumento dos custos de produção (12,3%). Com relação a janeiro, entretanto, houve queda de 4,1%.
Já no primeiro bimestre, o índice apresentou alta de 4,6% na comparação interanual. Esse crescimento também resultou da significativa desvalorização do real nominal no período (47,2%) ante a diminuição do preço das exportações (-20,0%) e a elevação dos custos de produção (12,7%).
RENTABILIDADE AUMENTA EM 24 SETORES
Ainda nos dois primeiros meses de 2016, 24 dos 29 setores registraram elevação no índice de rentabilidade das exportações em relação ao mesmo período de 2015.
Entre eles se destacam "outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores" (com avanço de 37,4%), "celulose, papel e produtos de papel" (26,5%), "veículos automotores, reboques e carrocerias" (18,8%) e "máquinas e equipamentos" (15,2%).
Em movimento oposto, ficaram "extração de minerais metálicos" (-28,5%), "extração de petróleo e gás natural" (-23,6%) e "metalurgia" (-1,0%).
A taxa de câmbio real em relação ao dólar, deflacionada pelo IPA (Índice de Preços ao Atacado) da FGV, teve valorização de 3,3% em fevereiro, comparado a janeiro, e desvalorização de 18,2% na comparação com o mesmo mês de 2015.
Em 12 meses, o real desvalorizou-se 26,7% em relação ao dólar e 23% em relação à cesta Aladi (Associação Latino-Americana de Integração). O dado explica a atratividade das vendas externas da produção brasileira.
A Funcex também informa que o índice de demanda externa efetiva registrou variação negativa de 10,2% em janeiro de 2016 (dado mais atualizado) na comparação com janeiro de 2015, em parte devido às quedas nas importações da China (-18,6%), da União Europeia (-10,5%), dos EUA (-7,9%) e da Argentina (-3,8%).
O índice de importação mundial registrou queda de 12,0% no mesmo período. Em 12 meses, a demanda externa efetiva apresentou queda de 9,3%, enquanto a importação mundial declinou 12,3%.
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