Índice de confiança da construção volta a registrar queda
A confiança dos empresários da construção civil em fevereiro registrou queda de 0,9 ponto percentual em relação a janeiro. A falta de demanda continua sendo um dos principais problemas do setor, de acordo com a FGV
O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 0,9 ponto em fevereiro, para 66,6 pontos, o menor nível da série histórica, iniciada em julho de 2010.
Depois de subir em novembro passado (0,9 ponto), esta foi a terceira queda consecutiva, sucedendo os recuos de 0,3 ponto em dezembro, e de 1,9 ponto em janeiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, a queda foi de 12,9 pontos.
Para Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Instituto Brasileiro de Economia - Ibre/FGV, há tendência de desaquecimento do setor.
“Muitos fatores estão contribuindo para esse cenário, mas vale destacar que as incertezas no campo macroeconômico têm se mostrado um dos principais “gargalos” à melhoria dos negócios”, diz.
O pessimismo do setor refere-se, principalmente, ao momento atual. O Índice da Situação Atual (ISA-CST) caiu 1,9 pontos, atingindo 63,6 pontos. Em relação à projeção para os próximos três meses, medida por meio do Índice de Expectativas (IE-CST), houve recuo de -0,1 ponto, ao alcançar 70,1 pontos.
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CUSTO
O Índice Nacional de Custo da Construção do Mercado (INCC-M) apresentou alta de 0,52% em fevereiro, variação superior à registrada em janeiro (0,32%). O avanço foi puxado principalmente pela mão de obra, que passou de 0,15% para 0,51%. O conjunto dos materiais, equipamentos e serviços teve elevação de 0,53% ante 0,52%.
O levantamento do Ibre da FGV mostra que no primeiro bimestre deste ano o INCC-M acumula alta de 0,85% e nos últimos 12 meses, de 6,84%.
Em um ano, os gastos com o pagamento de pessoal foram os que mais pressionaram o custo da construção, com o índice acima da média (7,3%). Os materiais, equipamentos e serviços subiram 6,3%.
Em fevereiro, o INCC-M teve influência do reajuste salarial, em Recife, e antecipações em Salvador e Porto Alegre.
Houve aumento no ritmo de correção em cinco capitais: Salvador (de 0,61% para 0,72%); Belo Horizonte, (de 0,27% para 0,37%); Recife (de 1,13% para 2,34%);, Rio de Janeiro (de 0,20% para 0,41%) e Porto Alegre (de 0,31% para 1,42%). Nas duas capitais restantes, as altas perderam força: Brasília (de 0,17% para -0,01%) e São Paulo (de 0,25% para 0,22%).
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*Foto: Estadão Conteúdo