Em expansão, microcervejaria catarinense buscou inspiração na Hungria
Fundada há 20 anos, a Cervejaria Borck contratou a consultoria de um cervejeiro húngaro e fabrica 30 mil litros de cerveja por mês
A história recente da expansão das microcervejarias no Brasil se confunde com a trajetória da Cervejaria Borck, uma das mais tradicionais da região Sul do país.
Criada em 1996 por Brunhard Borck, 63 anos, na cidade de Timbó, em Santa Catarina, a empresa produz atualmente cinco variedades de cervejas que são comercializadas principalmente, na região norte de Santa Catarina.
Brunhard foi funcionário do Banco do Brasil por 20 anos, até que em 1995 resolveu aderir ao Plano de Demissão Voluntária e abrir o próprio negócio.
Ele viajou para a Hungria, onde comprou todos os equipamentos necessários e contratou a consultoria de um cervejeiro húngaro, que veio ao Brasil para instalar a fábrica e permaneceu com Borck no primeiro ano da produção.
Além disso, Brunhard também recebeu consultorias do Sebrae durante a estruturação do plano de negócio, e em relação a precificação, estoque e outras medidas estratégicas para estruturar a empresa.
“Nossa iniciativa foi pioneira, em um momento em que o brasileiro ainda não consumia cervejas artesanais e a própria oferta era quase inexistente", diz.
"Nós começamos a produção com uma cerveja de alta fermentação, mas tivemos de nos adaptar aos hábitos dos consumidores e passamos a produzir uma cerveja Pilsen, mais ao gosto do público. Depois, com a evolução do mercado, fomos introduzindo novas variedades (escura, red lager, Ipa e trigo)”.
EXPANSÃO
Com o passar dos anos e a expansão do mercado consumidor das cervejas especiais, a produção da Borck passou dos 15 mil litros por mês para os atuais 30 mil litros por mês.
A microcervejaria tem registrado um crescimento de 25% a 30% ao ano. Agora, a meta é mudar a fábrica para um local onde seja possível expandir a produção.
O empresário também está otimista com a perspectiva de – em 2018 – voltar a inserir a empresa no Simples.
Ele diz que a empresa sofreu um duro golpe e quase fechou as portas quando, em 2001, as microcervejarias saíram desse modelo de tributação.
“Nós pagávamos na época algo como 4,5% a 5% de tributos e passamos a pagar 50% de impostos. A empresa só ficou de pé porque eu coloquei todos os esforços e recursos da família no negócio”, diz.
Para o futuro, os planos do empresário, que toca a empresa de pequeno porte em parceria com dois filhos e um genro, são a construção de uma nova sede e a expansão da produção com a fabricação de cerveja pasteurizada, o que lhes permitirá levar o produto a mercados consumidores mais distantes, além de lançar um ou dois novos tipos de cerveja.
Outro desejo do empresário é reabrir a visitação pública à fábrica e um Pub da Borck, que sempre teve intensa procura do público.
FOTO: Thinsktock