Candidato a deputado dos franceses na AL quer aproximar microempresas
Pascal Drouhaud disputará a eleição de junho pelo partido Os Republicanos (gaulista). Ele já foi adido cultural em El Salvador e diretor para a América Latina da Alston
No pleito legislativo em julho, Emmanuel Macron, presidente eleito da França, não conseguirá obter, para seu partido, o "Em Frente!" ("En Marche"), a maioria simples das 577 cadeiras da Assembleia Nacional.
Por isso, precisará governar com Os Republicanos, que segundo as pesquisas deverão eleger mais deputados. E é nesse partido que Macron deverá então escolher seu primeiro-ministro.
É a previsão feita por Pascal Drouhaud, 50 anos, candidato dos Republicanos num eleitorado de 100 mil franceses residentes nos 33 países da América Latina.
Dos deputados franceses, 566 são eleitos por distritos eleitorais. Outros 11 representam franceses no exterior.
Há um deputado para os eleitores latino-americanos, um para Estados Unidos e Canadá, dois para África e Oriente Médio, um para a Ásia, e os demais representam os franceses que moram em países europeus.
Drouhaud, que esteve em visita à Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta quinta-feira (11/05), tem grande familiaridade com questões do continente que pretende representar. No final dos anos 1980, ele foi adido cultural da embaixada da França em El Salvador.
E em seguida, de retorno à França, tornou-se assessor da bancada de deputados gaulistas - historicamente ligados ao general Charles de Gaulle - e em seguida, em 1995, participou da equipe de campanha do presidente Jacques Chirac, reeleito naquele ano.
Doutor em direito internacional e autor de livros sobre a América Latina, Drouhaud se tornou, em 1995, diretor para assuntos internacionais do RPR, na época o partido gaullista, e continuou na mesma função quando a sigla se transformou em UMP.
A partir de 2006, tornou-se diretor para a América Latina da Alston, um dos gigantes mundiais em equipamentos de transportes e energia, e que hoje atua apenas no setor de transportes.
A fábrica da Alstom em Taubaté (SP), lembra ele, chegou a exportar composições para o metrô de Nova York.
Drouhaud, que afirma desconhecer os eventuais representantes de outras correntes políticas que disputam o voto dos franceses no Continente, diz ter familiaridade suficiente com a região para poder representá-la no Palácio de Bourbon, sede da Assembleia Nacional.
Uma de suas prioridades, se eleito, será construir uma ponte entre pequenos empresários de países latino-americanos com seus colegas na França.
Seus eleitores, diz ele, representam três grupos distingos de franceses. O primeiro e o mais numeroso, com 62% das pessoas, são os bi-nacionais, que têm a nacionalidade francesa e também a nacionalidade do país em que nasceram ou no qual residem.
O segundo grupo é formado por expatriados, que trabalham em empresas francesas ou são proprietários de pequenas empresas. E o terceiro grupo é o chamado "institucional", com professores de liceus franceses e diplomatas.
Na França, as eleições legislativas ocorrerão nos dias 11 de (primeiro turno) e 18 (segundo turno) de junho. Para os residentes no exteirior, os dois turnos serão disputados nos dias 3 e 17 do mesmo mês.