Caixa do Magazine Luiza aguenta 'dois anos de lojas fechadas'
Frederico Trajano, presidente da rede, fez a afirmação em teleconferência com investidores, mas reforçou que empresa trabalhou 'sem conforto' desde o começo da pandemia para preservar condição
O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse na última terça-feira (26/5), em teleconferência com investidores, que o caixa da empresa tem fôlego para suportar dois anos de lojas físicas fechadas.
Ainda assim, ele afirma que a empresa trabalhou desde o começo da crise provocada pela pandemia de covid-19 como se não tivesse esse conforto. "Reforçamos caixa, emitimos debênture e fizemos descontos de recebíveis. Podemos fazer ainda outras ações do tipo, mas a perspectiva com abertura de lojas é mais positiva", afirmou.
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O lucro líquido do Magazine Luiza no primeiro trimestre de 2020 ficou em R$ 30,8 milhões, uma queda de 76,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, porém, as vendas totais subiram 34%, alcançando R$ 7,7 bilhões no trimestre.
Mesmo com a maior parte das lojas fechadas por conta da pandemia, o Magalu ultrapassou, pela primeira vez, a marca de R$ 100 bilhões em valor de mercado, em função do bom desempenho do e-commerce.
A companhia terminou o primeiro trimestre do ano com posição de caixa total de R$ 4,6 bilhões. Além da adoção das medidas previstas na MP 936, que permite a redução de jornada de trabalho e de salários, e a renegociação de aluguéis, a empresa emitiu uma debênture em abril que irá remunerar com taxa do CDI mais 1,5% de juros.
Além disso, o conselho da empresa cancelou a distribuição de dividendos adicionais de R$ 290,914 milhões. A ata da reunião diz que a medida foi tomada para preservação de caixa da companhia em "momento de incertezas". Ficou decidida a distribuição total de R$ 170 milhões, correspondente a 19,35% do lucro líquido apurado no exercício.
SEGUNDO TRIMESTRE
Adiantando dados do segundo trimestre deste ano, Trajano disse que o mês de maio deve ter crescimento em relação ao mesmo período de 2019. No balanço, a companhia divulgou o crescimento de 46% em vendas totais até o dia 20.
Segundo ele, o empenho de anos da empresa em investir no e-commerce deu frutos neste momento de crise. Apesar de ter perspectivas positivas para os próximos trimestres com a reabertura das lojas físicas, Trajano diz que não é otimista com a situação da pandemia no País.
"O Brasil é um dos únicos países a reabrir o comércio com casos de covid-19 crescendo", disse.
As lojas da companhia que já reabriram representam 40% do total. Elas estão em cidades pequenas, e a empresa segue um protocolo extenso que avalia, dentre outras coisas, leitos de UTI ocupados e número de casos no local.
O presidente da empresa disse que não estão descartado novos fechamentos em razão da evolução da pandemia no país, como se observou em outros lugares do mundo. Mas adiantou: "Teremos mais lojas reabertas em junho".
FATIA
Nas contas do Magazine Luiza, a empresa é a única a ganhar market share dentre as varejistas do seu ramo. "É só pegar os números de GMV. Assim, fica claro que não criamos narrativas que não existem", disse Trajano.
A base ativa de clientes no e-commerce da empresa cresceu 43% na comparação com o primeiro trimestre de 2019. Em mais um passo da companhia, o sistema de pagamentos do Magazine Luiza atingiu R$ 500 milhões em volume total de pagamentos (TPV) em abril. "Protocolamos pedido para virar Instituição de Pagamentos", complementou.
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