Black Friday e eleições esfriaram vendas de outubro, diz ACSP
Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo, a expectativa do consumidor pelos descontos de novembro, durante a Black Friday, segurou o ímpeto de comprar no mês anterior
O desempenho do comércio no mês de outubro foi negativo – queda de 0,4%, pelo IBGE -, complicando ainda mais a tímida recuperação do setor. Uma das prováveis causas para o resultado ruim, na avaliação da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), foi a expectativa dos consumidores pelas ofertas da Black Friday, que aconteceu no mês seguinte.
Outro motivo seria a insegurança em torno das eleições. “O pleito dividido entre lados bem opostos na cena política provocou a postergação de vendas; o consumidor não quis se comprometer com grandes compras sem saber quem comandaria o futuro do País”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Independentemente dos fatores pontuais apontados acima, Burti afirma que a ACSP já havia identificado uma queda no ritmo do varejo. Na semana passada a entidade divulgou estimativa de crescimento mais modesto para o ano, entre 2% e 3%.
Burti também destaca que o avanço de 7,8% no segmento “outros artigos de uso pessoal e doméstico” foi puxado pelo Dia das Crianças, uma vez que inclui brinquedos.
Já o ramo de supermercados, que tem o maior peso dentro do cálculo do IBGE, subiu apenas 2,2%, seguindo o comportamento da massa salarial.
“Além disso, é preciso chamar atenção para a queda elevada de 23,1% no ramo de livros, jornais, revistas e papelaria, o que reflete o cenário de demissões e recuperações judiciais de editoras e empresas do setor”, afirmou o presidente da ACSP.
IMAGEM: Willian Chausse/DC