Alta de preços explica baixo crescimento de vendas
De acordo com o IBGE, alimentos tiveram aumento de 40,04% em 2018, o que impactou as vendas em supermercados
A Abras atribui essa evolução à greve dos caminhoneiros, que teve um efeito muito mais profundo na economia do que geralmente se pensa, e às incertezas que cercaram o período eleitoral, que teriam afetado a confiança dos consumidores.
Esses fatores certamente influíram, mas se deve levar em conta também que o desemprego continua em patamar ainda elevado, contendo a renda de milhares de famílias, obrigadas a sacrificar até a compra de produtos essenciais.
Não se pode deixar de considerar ainda que, como mostraram os dados do IBGE, o item Alimentos teve aumento de 40,04% em 2018, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 3,75%. Essa alta afetou o consumo, incluindo o de alguns produtos importantes para a mesa do brasileiro.
Há um dado, citado pela Abras, que confirma esse quadro. No mês de dezembro, as vendas dos supermercados tiveram alta real de 3,93%, como consequência direta de novos empregos criados e do pagamento do 13.º salário, que fortaleceram sensivelmente as vendas no fim de ano.
Apesar da frustração em 2018, a Abras é otimista com relação a 2019, ano para o qual voltou a projetar crescimento real de vendas de 3%.