Alimentação saudável: oportunidade para os pequenos negócios
Apenas 6% das empresas do ramo apostam neste nicho, que está em alta, segundo pesquisa do Sebrae. Mas 86% delas pretendem investir nos próximos anos
Uma pesquisa nacional realizada pelo Sebrae revela que há boas oportunidades para pequenos negócios que queiram investir na oferta de alimentação saudável e diferenciada.
Pelo levantamento, há mais 1,2 milhão de empreendimentos da área de alimentação no Brasil. Do total, mais de 90% são pequenos negócios, que representam 2,4% do PIB e 3,1% de todos os impostos arrecadados no país.
Porém, apenas 6% das micro e pequenas empresas apostam nesse nicho de mercado. Dos poucos que comercializam alimentação saudável, 56% trabalham com comida orgânica, 18% saladas especiais, 6% vegetariana e 6% produzem alimentação saudável para crianças.
“Esses dados mostram que há oportunidades para empreendedores atentos a novos perfis de consumo, a exemplo daqueles que preferem a gastronomia sustentável. É uma tendência de consumo, o que pode gerar negócios inovadores, como restaurantes e lanchonetes especializados no público infantil ou para aqueles consumidores que preferem alimentação à base de produtos orgânicos, por exemplo”, diz Heloisa Menezes, diretora técnica do Sebrae.
Ela explica também que, por existir essa nova tendência, alguns varejistas preparam suas cadeias de suprimentos para trabalhar com ingredientes de origem conhecida e certificada, além de privilegiar alimentos frescos e de fornecedores locais.
“Percebemos que, cada vez mais, há consumidores que buscam opções saudáveis e que estão menos tolerantes aos ingredientes artificiais”, completa.
INVESTIMENTOS À VISTA
Dados da pesquisa do Sebrae com pequenos negócios do segmento de alimentação mostra que 86% pretendem fazer investimento nos próximos anos, o que pode indicar otimismo em relação à recuperação da economia brasileira.
As áreas citadas como preferenciais para os investimentos são melhoria do atendimento ao cliente (56%), marketing (53%) e nas redes sociais (50%).
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Uma parcela dos empreendedores (38%) quer inovar no modelo de negócio e há boa disposição (32%) para aprimorar a área digital, como o uso de aplicativos e softwares de gestão.
Considerando todos os negócios avaliados, a pesquisa mostra que 48% das empresas são jovens, com idade entre três e sete anos de existência – as mais antigas, com mais de dez anos no mercado, correspondem a 25% da amostragem.
Houve maior concentração de empresas criadas entre 2010 e 2014, período marcado por expansão econômica e realização de grandes eventos no país.
Segundo a pesquisa, as despesas com funcionários e aluguel são os itens que mais impactam no custo operacional do negócio.
De acordo com os entrevistados pelo Sebrae, o custo de devolução de entregas do delivery tem pouco impacto no faturamento do negócio - 50% informaram valores inferiores a 1%.
Os principais motivos de devolução de entrega são endereço não identificado (31%) e pedido incorreto (28%). Outros 27% estão relacionados ao tempo de espera e trote.
Ao ordenar as principais dificuldades na rotina de gestão do negócio, os empresários apontaram gestão financeira, fluxo de caixa e gestão de pessoas.
A pesquisa que traça um perfil de pequenos negócios de alimentação fora do lar atendidos pelo Sebrae mostra que as empresas do segmento são jovens, familiares e 60% delas adotam o sistema de atendimento self-service, ou comida por quilo, invenção tipicamente brasileira e bastante popular entre os consumidores.
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