Google abre novo espaço em São Paulo e está em busca de startups
O Campus São Paulo, prédio de coworking do Google, abre as portas para o público e para novas empresas
O Google, no início de sua história, foi uma startup. Larry Page e Sergey Brin eram apenas dois estudantes de Stanford com uma missão: organizar toda a grande massa de informações da internet para torná-la útil e acessível.
Mesmo com o crescimento da empresa, o Google não perdeu essa parte da sua essência: continua sendo inovadora e encorajando o surgimento de novas ideias.
Por isso, a gigante americana mantém um braço chamado Google for Entrepreneurs – que atua em 100 países e tem a missão de fomentar o empreendedorismo no mundo.
Uma das formas de estimular essas novas empresas é por meio dos Campus: prédios espalhados pelo mundo que funcionam como coworking.
Neste mês de junho, São Paulo ganhou um espaço como esse. O local funciona tanto para o público em geral quanto para startups selecionadas.
Além da unidade da capital paulistana há outros cinco Campus: Londres, Tel Aviv, Seul, Madri e Varsóvia.
“Com o Campus queremos criar um espaço para que empreendedores ou pessoas curiosas com esse universo possam aprender, se conectar e desenvolver empresas que vão transformar vidas”, afirma André Barrence, diretor do Campus São Paulo.
Localizado no Paraíso, bairro da zona sul de São Paulo, o prédio tem seis andares, capacidade para 600 pessoas e uma decoração moderninha, bem no estilo Google.
Os três primeiros andares são exclusivos para startups que serão selecionadas pelo Google, chamadas de membros residentes. O quarto andar é para os funcionários que administram o espaço.
Os últimos dois andares são acessíveis para os membros da comunidade: público em geral que se inscreve no site do Campus. Neste espaço, além de um café, há lugares disponíveis para quem quer trabalhar por algumas horas.
Há também um auditório para eventos que podem ser organizados pelo próprio Google, pelas empresas parceiras ou por qualquer membro do Campus.
Diferente dos demais espaços como esse, o coworking do Google tem acesso gratuito tanto para o público em geral como para as startups.
“A residência no Campus é um investimento que a empresa está fazendo nas melhores ideias”, afirma Barrence.
O QUE O GOOGLE PROCURA
Dentro dos Campus, já nasceram grandes empresas. O caso mais exemplar é o Waze, que foi desenvolvido na unidade de Tel Aviv.
Para ser membro residente – e quem sabe se tornar o próximo Waze –, as startups podem se inscrever no site do Campus. O programa tem duração de seis meses e pode ser prorrogado por mais seis meses. Durante esse período, eles poderão usar os espaços do prédio e terão ajuda no desenvolvimento da empresa.
Serão selecionada entre 10 e 12 startups. “Não reteremos nenhuma participação e nem daremos aporte financeiro”, diz Barrence. “A ideia é que o Google tenha contato privilegiado com essas empresas.”
Para residir no Campus, os participantes devem preencher alguns critérios. O primeiro é ser uma startup que desenvolva uma tecnologia inovadora ou que o modelo de negócio seja pouco tradicional.
Além disso, empresa está procurando negócios que pretendem criar produtos e serviços destinados à mercados globais.
O Google também valoriza a diversidade dos times. “Procuramos equipes que tenham formações e perfis diversos”, afirma Barrence. “Cabeças diferentes criam coisas mais legais e tomam melhores decisões.”
A empresa também selecionará startups que possam contribuir de alguma forma com o Campus. O Google quer criar em seu prédio uma cultura similar a do Vale do Silício: em que os empreendedores compartilham conhecimento e experiências.
“Procuramos esse elemento de comunidade. Os participantes devem receber benefícios, mas também dar algo em contra”, diz Barrence.
QUEM JÁ ESTÁ NO CAMPUS
Apesar de recém-inaugurado, algumas empresas já estão utilizando o espaço. São startups que participaram de outros programas do Google for Entrepreneurs e que utilizam o espaço em caráter experimental.
Um delas é UpBeat, startup paulista fundada em 2012. A empresa produz jogos para plataformas mobile. Um dos games desenvolvidos, o Witch Puzzle, foi eleito o melhor em sua categoria em 2015.
Dessa forma, a empresa conseguiu chamar a atenção do Google e conquistou uma vaga no Campus após participar do Lauchpad Accelerator – programa de aceleração do Google.
A UpBeat está no Campus desde fevereiro. “Só pelo fato de não termos que nos preocupar com as contas de água, luz e internet já é uma grande ajuda”, afirma Vinicius Heimbeck, fundador da empresa. “Além disso, é um espaço de troca de experiências e temos aprendido muito com as equipes das outras startups.”
Para ter mais informações, acesse o site do Campus São Paulo.