Essa dupla fez um WhatsApp sob medida para pais e mestres
Os sócios Vahid Sherafat e Samin Shams querem mudar a forma como pais e professores se comunicam. Após atender mais de 180 instituições no Brasil, estão prontos para expandir para outros paises
Sabe aquela agenda de papel que pais e professores usam para mandar recados e comunicar o mau comportamento dos alunos? Ela pode estar com os dias contados.
Pelo menos, é isso que esperam Vahid Sherafat e Samin Shams, fundadores da ClassApp. Eles são pais de crianças em idade escolar e perceberam que esse sistema de diálogo era arcaico e pouco eficiente -principalmente em uma época com tantas tecnologias disponíveis.
“Eu olhava para a agenda do meu filho com várias informações fragmentadas e pensei: o futuro não é isso”, afirma Sherafat.
Ambos engenheiros, decidiram unir seus conhecimentos técnicos com a vontade de empreender. No início de 2015, eles lançaram o ClassApp, um aplicativo para facilitar os diálogos entre escolas e famílias.
Apoiados por pesquisa de mercado, eles perceberam que uma das queixas mais comuns dos professores era a atitude relapsa dos pais em relação aos comunicados.
Do outro lado, haviam pais cansados e estressados nem sempre recebiam essas informações de forma rápida e eficaz. Era preciso unir essas duas pontas.
UM APP PARA ESCOLAS
O aplicativo surgiu para preencher essa lacuna. Os sócios decidiram pegar alguns elementos da agenda de papel tradicional e misturar com as funcionalidades do WhatsApp.
Mas, diferente do famoso aplicativo, o ClassApp pode ser personalizado para cada escola. Além disso, é um canal de comunicação privado, ou seja, não permite que os pais vejam o número do celular dos professores e vice-versa.
Há também outras funções: a escola pode gerenciar conversas, mandar avisos gerais e enviar lembretes sobre reuniões.
Outra utilidade é que os pais podem assinar documentos online, por exemplo, uma autorização para um passeio escolar. Todos os registros ficam salvos e são protegidos pela lei.
Para os familiares que não quiserem baixar o aplicativo, é possível que os comunicados sejam enviados por e-mail ou SMS. E assim como WhatsApp, mostra quem recebeu as mensagens e quem as leu.
O ClassApp é gratuito para pais e alunos. Mas a escola paga uma mensalidade para utilizar todo o sistema. O preço varia para cada instituição, pois depende do número de alunos.
“No final das contas, o valor é bastante similar a uma agenda de papel para cada aluno”, diz Sherafat.
O App já é utilizado por 180 instituições de ensino brasileiras, entre elas os colégios Vértice, Panamby e Notre Dame.
“Tivemos uma ótima avaliação dos usuários”, afirma Sherafat. Um dos casos que mais chamou a atenção do empresário foi o de uma menina que levou uma picada de abelha.
Os pais foram comunicados pelo aplicativo e avisaram que ela era alérgica. A criança foi prontamente levada ao hospital pela equipe da escola.
Além disso, a empresa também recebeu diversos depoimentos de pais que são divorciados ou que viajam constantemente.
Esse público viu no aplicativo uma oportunidade de estarem mais próximos da educação de seus filhos.
Em um ano, a startup aumentou seu número de clientes em 700%. De uma pequena sala de 70 m², a empresa está se mudando para uma de 210m² para acomodar os quase 20 funcionários. Tudo isso em meio à crise econômica.
A empresa não divulga o faturamento, mas os sócios afirmam que já atingiram o break-even-point (ponto de equilíbrio entre receitas e despesas).
EXPANSÃO INTERNACIONAL
Assim como toda a startup que enxerga longe, a ClassApp não está pensando apenas nos clientes brasileiros. Desde as primeiras versões do App, Sherafat e Shams já previam atender o mercado internacional.
Em janeiro deste ano, eles participaram da British Educational Training and Technology, evento anual de educação no Reino Unido. Recentemente, apresentaram o aplicativo no ISTE Conference & Expo, um dos principais eventos americanos sobre tecnologia da educação.
A participação em feiras internacionais já rendeu um acordo com uma escola de Vancouver, no Canadá. Duas instituições uma da Noruega e uma dos Emirados Árabes estudam adotar o sistema.
Além dessa expansão, a empresa quer conquistar também outros nichos que tenham necessidades parecidas, como clubes, associações, universidades e academias.
Os sócios também pretendem viabilizar o ClassApp para escolas públicas. Eles já têm um convênio com o Centro Paula Souza, instituição que administra o ensino técnico do Estado de São Paulo, e estudam outras parcerias com órgãos públicos.
Assista ao vídeo abaixo e entenda como o ClassApp funciona: