Para manter vivo o espírito de startup, a mineira Samba Tech, especializada em transmissão de vídeos online, participa do Cubo – espaço mantido pelo Itaú que reúne negócios emergentes de tecnologia
Manter uma cultura de agilidade e risco, típica de startups, fascina muitas empresas – principalmente aquelas em que segurança e a estabilidade se fizeram necessárias por meio de processos rígidos.
Mas atuar como um negócio pequeno quando já fatura centenas de milhões de reais é missão para poucas. Uma dessas empresas é a mineira Samba Tech, que desenvolve tecnologia para distribuição de vídeos on-line.
Há um ano, a equipe comercial da Samba Tech, instalada em São Paulo, trocou um escritório próprio num prédio comercial por uma sala no Cubo, coworking que acolhe startups. O local é mantido pelo Itaú e Redpoint eEventures, empresa de capital de risco.
Embora o prédio de estrutura de metal e vidro também abrigue uma equipe da multinacional Saint-Gobain, o foco é mesmo ser um lar para startups.
Por lá, há mais de cinquenta pequenos negócios de tecnologia. Grande parte com empreendedores alocados lado a lado em mesas apinhadas de post-its, blocos de anotações e notebooks.
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A Samba Tech se destaca entre as empresas porque já deixou de ser uma startups há muitos anos.
Fundada em 2004, pelo empreendedor Gustavo Caetano, hoje a empresa possui mais de 100 funcionários e atua em diferentes países da América Latina.
Em 2014, foi eleita uma das dez empresas mais inovadoras da América Latina pela revista americana Fast Company.
E por que a empresa foi parar num coworking a esta altura do negócio?
A resposta quem dá é Everton Alves, diretor financeiro da Samba Tech e responsável pela equipe de oito funcionários que atua no Cubo.
Em suas palavras, participar de um coworking mantém viva a típica cultura de startups na Samba Tech.
“Participar do ecossistema das startups e ver diariamente o brilho nos olhos de quem está começandonos serve de inspiração”, afirma Alves.
De acordo com Alves, a sinergia proporcionada pelo espaço tem muito a ver com compartilhamento e constantes interações.
Frequentemente, o Cubo convida executivos de grandes empresas para participarem de pitchs com empreendedores.
Já houve apresentações para Porto seguro, KPMG, Atacadista Martins, Leroy Merline Accenture, que também é patrocinadora do Cubo.
Nesses encontros, que costumam acontecer mensalmente, as startups apresentam seus produtos e serviços e comentam sobre suas aspirações.
O momento também serve para os próprios empreendedores se interarem sobre as atividades de seus vizinhos.
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A interação entre os próprios residentes é outro ponto-chave. A Samba Tech ainda é mais beneficiada pelo fato do Cubo abrigar empresas do San Pedro Valley, comunidade que reúne startups, investidores, incubadoras e aceleradoras da região metropolitana de Belo Horizonte.
Boa parte dessa interações entre os empreendedores se dá às sextas-feiras, quando o terraço do Cubo se torna palco de happy hour.
Entre um gole e outro de cerveja, há troca de informações sobre negócios e desafios de mercado – e a indicação de clientes e parcerias se torna natural.
Em julho passado, a startup Ponte 21, que presta consultoria em inovação e prototipagem para empresas, indicou a Samba Tech para um projeto na Escola de Você, empresa que oferece cursos online para mulheres e que tem como sócia a jornalista Ana Paula Padrão.
A Ponte 21 estava desenvolvendo a programação da nova plataforma da Escola de Você. A startup enxergou na Samba Tech o parceiro ideal para o suporte de vídeos, que, até então, era feito por meio do site de compartilhamento de vídeo Vimeo, similar ao You Tube.
Outra parceria fomentada dentro do Cubo foi com a RD Station, startup de Florianópolis com equipe dentro do coworking.
A RD Station desenvolve softwares de funil de vendas, muito usados em marketing digital por empresas com atuação online.
As duas empresas se uniram para criar e-books de conteúdo, como Tendências de Vídeos Online, que podem ser baixados gratuitamente. O material é assinado por ambas.
A tática, chamada deinbound marketing, serve para coletar dados cadastrais de potenciais clientes (leads).
“A RD Station e a Samba Tech oferecem produtos complementares”, afirma Alvez. “Então, atingimos o mesmo público e podemos compartilhar clientes.”
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INFRAESTRUTURA
A Samba Tech foi convidada para participar do Cubo por Flavio Pripas, diretor do coworking ligado ao Itaú.
Para a instituição financeira , manter parceria com startups é uma maneira de estar perto deinovações tecnológicas que podem ter impacto em sua área de atuação – principalmente aquelas oriundas das fintechs, como são conhecidas as startups de tecnologia de serviços financeiros.
Neste caso, é melhor se aliar ao negócio enquanto ainda é nascente do que correr o risco dele se tornar um concorrente de peso, como o Nubank.
Atualmente, para participar do Cubo, a Samba Tech paga uma mensalidade que gira entre R$ 7 mil e R$ 8 mil reais – o valor é mais barato do que o aluguel do antigo escritório próprio.
O preço é ainda mais atrativo por contemplar todos os custos com infraestrutura e administração predial, como internet e reposição de itens básicos, como água e produtos de higiene.
“Enquanto o espaço comportar nossa equipe, que pode crescer no próximo ano, vamos continuar no Cubo”, diz Alves. “O ambiente tem se mostrado promissor.”
FOTOS: Divulgação
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