Estoques estão mais equilibrados em julho
Índice que mede o estabilidade entre o nível de estoque e o volume de vendas está no melhor patamar desde março de 2014, segundo FecomercioSP
Depois de mais de seis meses de aumento de estoques indesejados, a percepção dos comerciantes da Região Metropolitana de São Paulo teve uma pequena melhora. Em julho, o Índice de Estoques (IE), calculado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), atingiu 115,9 pontos, ante 101,5 pontos em junho.
O IE, apurado mensalmente pela entidade, varia de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total), sendo a marca dos 100 pontos o limite entre inadequação e adequação. De acordo com o levantamento, enquanto em junho 50,4% dos comerciantes entrevistados disseram ter os estoques em níveis adequados para o ritmo das vendas, em julho esse montante subiu para 57,9%.
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"É um resultado significativo", disse o assessor econômico da FecomercioSP, Vitor França. A pesquisa mostrou ainda que, no período, caiu de 36,3% para 27,9% a proporção dos que consideram estar com estoques acima do desejado. "É o menor patamar desde março de 2014", destaca o economista.
"Pode ser um dado pontual, temos de acompanhar para ver se é uma tendência, mas é um dado positivo na medida em que parece que os empresários perceberam a gravidade da crise e conseguiram ajustar os seus estoques", disse França. "Administrar bem os estoques amplia a chance de sobrevivência em um cenário de crise."
Além de um melhor gerenciamento dos estoques em um momento de crise, França diz que a situação atual também pode ser reflexo de uma "onda de liquidações", o que configuraria um ponto fora da curva.
"Com as promoções, o empresário consegue melhorar o fluxo de caixa e manter estoques com juros altos é um risco muito grande para o negócio", diz França. "Vamos acompanhar com atenção, mas por conta da magnitude da variação dos indicadores é bastante razoável acreditar que de fato está havendo um ajuste dos estoques."
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Para Wagner Salzano, gerente de projetos da consultoria de gestão Imam, muitas varejistas estavam com estoque alto e fizeram promoções pontuais para recuperar o fluxo de caixa em curto prazo.
"No entanto, muitas delas não estão repondo o estoque”, afirma Salzano. “Os empresários, com receio da crise, estão com o pé no freio e não querem voltar a comprometer o caixa da empresa imediatamente.”
Uma orientação do consultor para empreendedores que desejam diminuir o estoque é analisar as vendas e a demanda de cada produto separadamente. “No medo, o empreendedor pode reduzir a quantidade de produtos até demais e deixar o cliente sem oferta.”
Imagem: Thinkstock
* Com informações do Estadão Conteúdo