Covas promove dança de cadeiras nas subprefeituras
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), deve trocar 23 dos 32 subprefeitos da capital, em um processo para consolidar sua marca na gestão iniciada pelo antecessor, o governador eleito João Doria
Os convites para os futuros responsáveis pelas subprefeituras paulistanas vêm sendo feitos há duas semanas.
A seleção de nomes ocorre dentro do PSDB. Covas está convidando filiados de "perfil jovem", segundo seus auxiliares, mas que já tenham alguma experiência política.
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E dando preferência para tucanos que tenham ocupado cargos públicos, com base eleitoral consolidada, mas que não conseguiram se eleger nas últimas eleições para deputado estadual e federal.
Nessa condição estariam nomes como o do deputado estadual Carlos Bezerra Júnior, que não obteve a reeleição, e o ex-secretário estadual de Assistência Social Floriano Pesaro.
"Tenho muita afinidade com o projeto político do Bruno. Mas minha especialidade é a área social e, neste momento da vida, não me via em condições de colaborar nas subprefeituras", disse Pesaro, ao explicara razão de não aceitar o convite. "É uma coisa de perfil."
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Dentre os nomes que já teriam falado "sim" estão Sandra Santana, ex-chefe de gabinete de Celino Cardoso, derrotada na disputa para a Assembleia Legislativa - que já foi subprefeita na gestão municipal de José Serra (PSDB).
Outro nome seria de Fabrício Cobra, ex-secretário estadual de Turismo. Haveria conversas em andamento ainda com o ex-deputado Ramalho da Construção. Os três não foram localizados neste domingo (9/12).
Esse novo mapa das subprefeituras está sendo feito sem envolvimento da Câmara Municipal. Historicamente, os parlamentares pleiteiam - e conseguem - nomear os chefes das subprefeituras dos bairros onde têm redutos eleitorais.
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"Não há negociação com a Câmara. O prefeito, conforme ver a necessidade de substituições, vai fazer unilateralmente", disse o secretário da Casa Civil de Covas, João Jorge, também tucano, que tem a missão de intermediar as relações entre a Prefeitura e o Legislativo.
Os aliados, entretanto, terão menos margem para emplacar ações que os beneficiem politicamente. Todas as 32 subprefeituras perderam verbas na proposta de orçamento anual para 2019, em discussão na Câmara.
A Sé, por exemplo, regional com maior receita e gastos, neste ano tinha orçamento de R$ 70,9 milhões e deve ficar com R$ 61,6 milhões para 2019, se a proposta for mantida. Os recursos tirados das divisões regionais foram transferidos para áreas como Saúde e Educação.
FOTO: Heloisa Ballarini/Fotos Públicas