A Vila Mariana está longe de ser um paraíso
Com 430 mil habitantes, hospitais e escolas conceituados, o bairro da zona sul paulistana enfrenta problemas, como o aumento no contingente de moradores em situação de rua, alerta o empresário Alessandro Azzoni
A Vila Mariana é um bairro. Mas não seria nenhum exagero se fosse chamada de cidade. Tem hoje uma população de 430 mil habitantes.
Quem mora lá, sem muito esforço, em cinco minutos de carro, pode desfrutar nos finais de semana ou, caso possa, no final de tarde de um dia de trabalho, do prazer de passear pelo parque mais tradicional e aconchegante da cidade: O Ibirapuera.
Tem também, ali pertinho, um outro parque, não menos agradável, o da Aclimação.
Dentro da Vila Mariana, ou bem próxima dela, estão à disposição dos moradores, hospitais conceituadíssimos como o Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, Gastroclínica, a AACD, maternidades como o Santa Joana e escolas de primeira linha como o Colégio Arquidiocesano, entre outros.
Então, que mora lá vive em um paraíso? Nada disso, Paraíso é um bairro que fica bem perto dali. A Vila Mariana está repleta de problemas. E a maioria de seus moradores clama por melhoras em todos os setores.
O número de moradores em situação de rua aumentou, e muito.
Quem alerta é Alessandro Azzoni, 46 anos, economista, dono de um escritório especializado em fomento mercantil. Nascido e criado no bairro, Alessandro integra o Conseg _ Conselho de Segurança local.
“A nossa região é vasta. Na verdade, a subprefeitura da Vila Mariana inclui o início da Av. Brigadeiro Luís Antônio e a Av. Ricardo Jafet, que fica no outro lado da cidade, passando pelas avenidas Santo Amaro e Bandeirantes", afirma Alessandro. "Sei que o orçamento anual da subprefeitura é de R$ 38 milhões. Penso que esta quantia deveria ser melhor utilizada. Com este orçamento, não podemos ter tantos moradores de rua como temos hoje no bairro.”
Ele também clama por um bairro mais limpo, com uma melhor iluminação pública e ruas e avenidas com menos buracos.
E também alerta para o descontrole do setor público municipal em relação às pichações.
“Há muito tempo, a subprefeitura não asfalta uma rua no bairro. Só faz remendos. E as pichações aumentaram. A próxima gestão terá de reconstruir a cidade que foi destruída”, afirma.