Na capital paulista, 62,7% das famílias estão endividadas
Cartão de crédito e carnês são os principais focos das dívidas. Esses meios de pagamento, segundo a FecomercioSP, passaram a ser usados para comprar itens básicos com a deterioração da economia
O porcentual de famílias endividadas na cidade de São Paulo atingiu 62,7% em maio, com crescimento consecutivo nos últimos seis meses, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), desenvolvida pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O índice teve sua última queda em novembro de 2020, quando totalizou 56,1%, e, desde então, registra um crescimento de 1,1 ponto porcentual por mês, se aproximando do recorde da série histórica (63,8%), atingido em março do último ano.
De acordo com a pesquisa, em números absolutos, 270 mil lares contraíram novas dívidas desde novembro de 2020, somando 2,49 milhões de famílias paulistanas nesta situação. Desses, a maioria (78,3%) tem faturas de cartão de crédito pendentes, enquanto a segunda maior causa de endividamento são os carnês (14,4%).
Para a Federação, os resultados negativos demonstram que ainda não houve retomada, e sim uma deterioração mais intensa das condições econômicas das famílias paulistanas, atribuídas à segunda onda de contaminações do coronavírus. "Com isso, a solução que muitas delas encontram é manter o consumo - ainda que de itens básicos - por meio de outros meios de pagamento, como o cartão de crédito", afirma a entidade.
O estudo identifica ainda que 19,2% das famílias estão com as dívidas em atraso, o maior índice desde abril de 2020, quando foi registrado 21,6%. Além disso, cerca de 8,6% dos lares relatam não ter condições de pagar suas contas, o maior patamar deste ano.
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