Fundos de private equity têm US$ 15 bilhões para o Brasil
Em evento organizado pelo Bradesco em Nova York, investidores estrangeiros disseram que estão dispostos a voltar a investir no Brasil assim que o cenário melhorar
Os investidores estrangeiros seguem interessados no Brasil e os fundos de private equity, que compram participação em empresas, têm US$ 15 bilhões para o país, disse nesta quinta-feira (19/11) Renato Ejnisman, diretor executivo do Bradesco.
Em meio ao cenário de recessão e aumento da incerteza, esse investidor está retraído, mas o executivo avalia que, uma vez que o cenário melhore, esse aplicador volta "rapidamente".
Em 2015, uma das áreas de mais atividades de negócios do Bradesco BBI foi com fusões e aquisições, disse ele.
"Temos várias empresas colocando ativos à venda." Ejnisman afirmou que, além dos private equities, existem investidores estratégicos olhando o Brasil, mas o momento ainda é de redução de exposição ao país, por conta da incerteza.
Um dos movimentos que têm ocorrido com estrangeiros é seguir fazendo investimentos no Brasil, mas em operações menores que no passado.
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"Você tem o investidor vendo muita incerteza no ambiente", ressaltou Ejnisman. Com isso, não consegue enxergar perspectivas futuras para avaliar se os preços no Brasil estão baratos e se já é hora de reforçar o aporte no país.
Uma das provas do interesse no Brasil é o evento que o Bradesco BBI faz nesta quinta-feira (19/11) e sexta-feira (20/11) em Nova York, que atraiu mais de 200 investidores institucionais dos Estados Unidos, Europa e Ásia e reuniu 68 empresas.
O executivo disse ainda que há estrangeiros interessados nas hidrelétricas que devem ser leiloadas na próxima semana.
Já o mercado de emissões externas "secou", disse o executivo. No ano passado, as companhias brasileiras emitiram US$ 45 bilhões e este ano o volume está em US$ 7 bilhões. Muitas empresas, segundo ele, têm procurado alternativas mais baratas à emissão de papéis no exterior.
Sobre a alta de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), André Braco, diretor executivo do Bradesco, disse que isso, a menos que ocorra uma surpresa com o ritmo da elevação, já está embutido nos preços dos ativos.
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