Consumidores não conseguem sair do endividamento, diz Boa Vista
Dados do birô de crédito mostram queda de 2,9% no número de pessoas que conseguiram deixar os registros de inadimplentes em março. Em 12 meses, o recuo foi de 1,2%
O indicador de recuperação de crédito da Boa Vista registrou queda de 2,9% em março, na comparação com fevereiro, já descontados os efeitos sazonais. A informação é obtida a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplentes da base de dados do birô de crédito.
No acumulado em 12 meses (abril de 2019 a março de 2020), o indicador recuou 1,2%.
Em relação a março de 2019, houve alta de 2,7%, enquanto no acumulado em 2020, até março, a variação foi de 0,1%.
No recorte por regiões, o acumulado em 12 meses apresenta alta apenas na Norte (1,6%). Na região Sul foi registrada a maior redução (-4,7%), seguida do Nordeste (-1%), Centro-Oeste (-0,8%) e Sudeste (-0,6%).
Na comparação mensal, contudo, todas as regiões registraram retração em março. Por outro lado, na comparação interanual (março de 2020 contra março de 2019), todas as regiões apresentaram variação positiva, com destaque para os avanços na Região Centro-Oeste (4,2%) e Sudeste (3,3%).
Além de registrar a terceira queda mensal consecutiva, o indicador de recuperação segue negativo na análise acumulada em 12 meses (-1,2% em março), mostrando a dificuldade que os consumidores com dívidas em atraso enfrentam para reequilibrarem sua situação financeira e saírem do cadastro de inadimplentes.
Assim, apesar das medidas adotadas pelo governo para frear o aumento da inadimplência e estimular a atividade em meio ao cenário atual, com crescimento no nível de desemprego e piora na renda das famílias, a tendência é que o indicador continue apresentando resultados negativos no período mais agudo da crise.
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