Bolsa sobe e encerra fevereiro como melhor investimento do mês
A alta do Ibovespa, índice das ações de maior valor de mercado e mais negociadas, foi de 9,97% no mês
Após operar em baixa neste começo de ano, a bolsa de valores conseguiu encerrar o mês oferecendo o maior retorno ao investidor, de 9,97%. No acumulado de 2015, o avanço foi de 3,15%. No entanto, o mês de março pode ser de fortes emoções para quem está no mercado de ações.
Segundo Fabio Colombo, administrador de investimentos, a retomada da bolsa ocorreu ao longo do mês, com a melhora do ambiente externo por causa do acordo da Grécia com as autoridades européias e da divulgação pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de que haverá mais cautela sobre o momento de aumentar a taxa de juros nos Estados Unidos.
“Como o dólar subiu muito e a bolsa caiu por dois meses consecutivos, ficou barato para o investidor estrangeiro entrar. Basicamente isso puxou a alta do mês. O Ibovespa podia subir mais se não houvesse o rebaixamento da nota de classificação de risco da Petrobras”, afirma.
Nesta sexta-feira (27/02), uma bateria de novidades influenciou o ânimo dos investidores. Entre eles, os números revisados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA e os dados do setor público consolidado do Brasil em janeiro.
O Banco Central anunciou um superávit primário de R$ 21,063 bilhões em janeiro – o maior para o mês desde 2012 e acima do esperado pelo mercado.
Somadas a isso, surgiram novas medidas no campo fiscal, que reforçaram a avaliação de que o governo está de fato trabalhando para atingir a meta de superávit de 1,2% do PIB para 2015. Em reação, o Ibovespa chegou a marcar a máxima de 52.457 pontos (+1,35%). No entanto, no fim do dia fechou em queda de 0,34%, com 51.583 pontos.
Segundo Colombo, a volatilidade no mercado de ações vai continuar. O principal fator que pode trazer uma reviravolta é a divulgação da nota de classificação de risco de crédito do Brasil em março. “Precisamos aguardar para ver se o problema da Petrobras vai atingir a nota brasileira e também a divulgação do balanço da estatal. Será um mês de fortes emoções”, diz.
Depois da bolsa, os ativos que mais devolveram ganhos ao investidor foram as moedas internacionais. O dólar teve valorização de 6,21% no mês e o euro, de 5,78%. No ano, a moeda norte-americana manteve a tendência de alta e fechou em 7,29%. Já o euro fechou este período em queda de 0,89%.
No mês, o ouro subiu 2,02%. No ano passado, o metal procurado por investidores em épocas de forte aversão ao risco ofereceu o melhor ganho, de 9,66%.
Na renda fixa, a melhor aplicação de fevereiro foi o título público indexado à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O retorno bruto indicativo, ou seja, dependendo do prazo do papel, ficou na faixa de 1,35% a 1,5%. No ano, a rentabilidade projetada é de 3,19%
O retorno dos fundos DI em fevereiro foi de 0,75% a 0,90% dependendo da taxa de administração do fundo. No ano, a rentabilidade bruta foi de 1,78%. O desempenho similar teve os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), de 0,75% a 0,85% no mês. O retorno depende do capital investido e do risco de crédito da instituição financeira. No ano, a variação foi de 1,71%.
Quem caminhou na direção contrária foram os fundos de renda fixa, que fecharam o mês com desempenho baixo, na faixa de 0,55% a 0,70%. O retorno só foi maior do que o da caderneta de poupança com aniversário em 1º de março, que teve rendimento líquido de 0,52%. No ano, os fundos de renda fixa ofereceram resultado bruto médio de 1,79%, contra o rendimento líquido de 1,11% da poupança.
*Com informações de Estadão Conteúdo