BNDES deve financiar projetos que beneficiem a sociedade
Ao assumir a presidência do banco, Maria Silvia Bastos Marques (foto) disse que a área prioritária de financiamento será a infraestrutura e que instituição atuará em concessões e privatizações
A nova presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, prometeu fazer o possível e o impossível para que a instituição tenha papel relevante na retomada do crescimento econômico e da geração de empregos.
A presidente do BNDES afirmou que o país vive "um momento de grandes preocupações sociais, políticas e econômicas", e que fará "o possível e o impossível" para que o banco tenha um papel importante para recuperação econômica do país.
"Não podemos nos omitir, temos de ter uma visão maior de país", afirmou durante cerimônia de posse no Rio. Na visão dela, não se deve olhar só para questões pessoais e de curto prazo.
Maria Silvia acrescentou que ser a primeira presidente mulher do BNDES "dá orgulho" e "aumenta o senso de responsabilidade". "A crise pode ser oportunidade, pois é quando podemos tomar decisões transformadoras".
A executiva disse que a competência do quadro técnico do banco lhe dá a certeza de que o banco cumprirá seu papel.
A questão socioambiental deve permear todos os projetos, disse a nova presidente do BNDES, que defendeu também o fortalecimento do mercado privado de empréstimos de longo prazo.
De acordo com Maria Silvia, a área prioritária de financiamento será a infraestrutura. “O país precisa qualificar sua infraestrutura logística para acelerar o crescimento da economia.” Outra área importante à qual ela pretende dar foco é a de energias alternativas.
Entre as prioridades da nova presidente estão os investimentos em projetos logísticos. "Vamos focar na infraestrutura. O país precisa qualificar a infraestrutura logística", disse.
A presidente do BNDES ressaltou que investimentos privados em estradas, portos e ferrovias são mandatórios. Para isso, disse, é imprescindível ter ambiente regulatório estável e agências reguladoras fortes. A presidente do banco também afirmou que o BNDES terá ainda mais foco em energias alternativas.
Mobilidade e saneamento também mereceram atenção de Maria Silvia durante a cerimônia. "Precisamos trazer recursos privados para a infraestrutura urbana e social, especialmente mobilidade e saneamento. Investir em saneamento é ferramenta de impacto social". Segundo ela, foram iniciadas conversas com o governo do Rio para apoiar a concessão de saneamento. O governador em exercício, Francisco Dornelles, participou da cerimônia.
Maria Silvia disse ainda que o banco tem notória capacidade em desmobilização de ativos, como concessões, Parcerias Público-Privadas (PPP) e privatização.
PRIVATIZAÇÕES
Na ocasião, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o BNDES deve atuar não só com aportes financeiros, mas também "usando melhor a experiência técnica" do banco em projetos de concessão e privatizações no país.
"O BNDES deve atuar de forma decisiva em algo que é crucial, que é o processo de concessões e a retomada das privatizações", disse Meirelles.
"O banco pode expandir bastante a sua maneira e estrutura de trabalho dentro do processo de concessões e privatização. Deve ser aberta ao BNDES a oportunidade de usar toda a sua capacidade técnica e know-how, visando a trabalhar também na estruturação desses projetos, no aconselhamento de todos os órgãos envolvidos, de maneira que o banco possa colaborar de forma substancial nos projetos-executivos", complementou.
Segundo Meirelles, a participação da instituição de fomento no segmento técnico permitirá o dimensionamento dos projetos e sua estruturação em todas as etapas, "de maneira que ele se viabilize".
"Isso é preciso para que tenhamos condições de ter processo de concessão que traga investimento de volta ao país, para que o Brasil possa aumentar a taxa de investimento no futuro, uma vez superada a crise atual. E temos certeza que será superada", disse o ministro.
"Tem que atuar nas diversas áreas da economia, seja como financiador de grandes projetos, seja financiador de pequenos projetos, seja para viabilizar de fato o acesso a crédito de longo prazo que outras empresas não teriam, desde que sejam projetos viáveis, que vão gerar retorno para a sociedade, para seus acionistas", afirmou Meirelles.
FOTO: Tomaz Silva / Agência Brasil
*Com Agência Brasil