Recuperação de grau de investimento leva 7,2 anos
A relação dívida/PIB, a poupança e a inflação são os principais indicadores que influenciam neste tempo médio, segundo estudo do Itaú Unibanco
Quando um país perde o grau de investimento, como aconteceu com o Brasil em 09/09, ao ser rebaixado pela S&P, o tempo médio para recuperar o selo de bom pagador é de 7,2 anos, segundo um estudo do Itaú Unibanco.
Os principais indicadores que influenciam nesse tempo são a relação dívida/PIB, a taxa de poupança e o nível de inflação.
O estudo analisou os casos da Coreia do Sul, Indonésia, Eslováquia, Colômbia, Uruguai e Romênia, e aponta que existem dois padrões: o grupo 1, o dos países que levam menos tempo para recuperar o grau de investimento (três anos), e o grupo 2, aqueles que demoram mais (dez anos).
Enquanto as taxas de crescimento nos anos subsequentes ao rebaixamento são parecidas nos dois grupos, uma diferença fundamental é a dívida bruta.
Após o rebaixamento, todos os países analisados implementaram medidas de ajustes fiscal. Porém, aqueles que já tinham uma dívida mais baixa promoveram um processo de austeridade mais lento e menos intenso, suficiente basicamente para estabilizar a relação dívida/PIB.
O grupo dos que demoraram mais para reconquistar o grau de investimento tinha uma dívida bruta média de cerca de 70% do PIB no ano do rebaixamento, nível próximo ao do Brasil atualmente (63%).
Nesse grupo, o ajuste fiscal foi mais rápido e intenso. "Esses países passaram de um déficit primário no ano do rebaixamento para um superávit logo no ano seguinte. A dívida bruta, nesse caso, aumentou em termos porcentuais do PIB no ano seguinte ao rebaixamento, mas foi recuando ao longo do tempo", cita o estudo, assinado pela economista Julia Gottlieb.
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