Recuperação da economia continua em marcha lenta
Incerteza política, a elevada taxa de desemprego e o agravamento da crise internacional dos países emergentes são os alguns dos principais fatores que impedem a retomada
O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 1,0% no segundo trimestre ante igual período do ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirma o cenário de lenta recuperação da atividade sinalizado pelo resultado do primeiro trimestre, principalmente devido à incerteza política, que reduz a confiança do setor produtivo, e a elevada taxa de desemprego.
Sendo o PIB a soma de todos os bens e serviços produzidos e consumidos no País, seu desempenho deve ser analisado em termos de seus componentes de demanda e de oferta.
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Pelo lado da oferta, pode ser observado que a agropecuária reduziu as perdas, enquanto a indústria, o comércio e os serviços apresentaram desaceleração, refletindo a greve dos caminhoneiros.
Do ponto de vista da demanda, o consumo das famílias continuou apresentando crescimento modesto, refletindo o elevado desemprego e o fraco desempenho tanto do crédito como da renda familiar.
Os investimentos produtivos e em infraestrutura (formação bruta de capital fixo) mostraram estabilidade na comparação com o primeiro trimestre, provavelmente em função da elevada incerteza eleitoral, enquanto as exportações mudaram de sinal em decorrência da paralisação dos transportes, da“quebra” de safra e do cenário externo mais incerto. Já as importações também arrefeceram, em linha com a lenta recuperação da economia.
Em resumo, não há perspectiva de mudança dessa situação para o restante do ano, considerando, ademais, o agravamento da crise internacional que atinge a vários países emergentes,
especialmente a Argentina, e a guerra comercial entre Estados Unidos e China.
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