Projeção do PIB de 2020 cai de +1,48% para -0,48%
Efeitos da pandemia de coronavírus fizeram mercado financeiros cortar novamente projeções para o crescimento da economia, segundo o Relatório Focus, do BC
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia brasileira fizeram os economistas do mercado financeiro cortarem novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.
Conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (30/03), a expectativa para a economia este ano passou de crescimento de 1,48% para retração de 0,48%. Há quatro semanas, a estimativa era de alta de 2,17%. Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 2,50%.
Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar. Na semana passada, na esteira da pandemia, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2020, de alta de 1,8% para variação zero.
O próprio BC, no entanto, reconheceu que o cenário está se alterando rapidamente e que, por isso, a projeção do RTI não reflete, necessariamente, a situação atual. No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de alta de 1,00% para avanço de 0,85%. Há um mês, estava em 2,41%.
No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,50%, igual a quatro semanas antes. A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 foi de 56,55% para 56,63%. Há um mês, estava em 56,90%. Para 2021, a expectativa foi de 57,95% para 57,87%, ante 57,82% de um mês atrás.
SELIC
Os economistas do mercado financeiro alteraram novamente suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 30, que a mediana das previsões para a Selic neste ano passou de 3,75% para 3,50% ao ano. Há um mês, estava em 4,25%.
Já a projeção para a Selic no fim de 2021 foi de 5,25% para 5,00% ao ano, ante 5,75% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 6,00%, ante 6,50% de um mês antes. Para 2022, permaneceu em 6,25%, ante 6,50% de quatro semanas atrás.
Há duas semanas, ao cortar a Selic de 4,25% para 3,75% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou que, neste momento, vê como adequada a manutenção da taxa de juros em seu novo patamar.
"No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos", ponderou o colegiado.
No grupo dos analistas que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 passou de 3,38% para 3,13% ao ano, ante 4,25% ao ano. No caso de 2021, foi de 5,00% para 4,50% ao ano, ante 5,75% ao ano de quatro semanas atrás. A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 6,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, seguiu em 6,00%, também igual a quatro semanas antes.
FOTO: Pixabay *Atualizado às 12h07