Preços subiram 0,51% em março
O que o IPC-Fipe subiu em apenas três meses equivale a 41,2% de toda a inflação esperada pela própria Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para o ano
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,51% em março, desacelerando levemente em relação ao ganho de 0,54% observado em fevereiro, de acordo com dados publicados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O resultado de março veio no piso do intervalo das estimativas de sete instituições de mercado, que iam de alta de 0,51% a 0,60%, e abaixo da mediana das previsões, de +0,52%.
No primeiro bimestre, o IPC-Fipe acumulou inflação de 1,64%. Nos 12 meses até março, o aumento do índice foi de 4,66%. Em março, três dos sete componentes do IPC-Fipe subiram com menos força ou ampliaram deflação.
Foi o caso de Habitação (de 0,41% em fevereiro para 0,20% no mês passado), Vestuário (de 0,20% para 0,05%) e Despesas Pessoais (de -0,36% para -0,84%).
Por outro lado, avançaram de forma mais acentuada os segmentos Alimentação (de 1,64% para 1,75%), Transportes (de 0,22% para 0,69%), Saúde (de 0,29% para 0,48%) e Educação (de 0,03% para 0,09%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe em março:
- Habitação: 0,20%
- Alimentação: 1,75%
- Transportes: 0,69%
- Despesas Pessoais: -0,84%
- Saúde: 0,48%
- Vestuário: 0,05%
- Educação: 0,09%
- Índice Geral: 0,51%
ANÁLISE
E esta alta acumulada no primeiro trimestre, de acordo com o coordenador da Fipe se deu basicamente na esteira dos aumentos dos preços dos alimentos.
Moreira tem planos de revisar ligeiramente para cima sua projeção de inflação este ano, para algo pouco acima de 4%. No entanto, ele não descarta a possibilidade de em algum momento do ano ocorrer alguma deflação. Tal evento estaria ligado à devolução de parte das altas de alguns alimentos. Viria do preço do feijão, que acumulou alta de 100% de janeiro a março, da batata que subiu 70%, e das verduras, 38%.
O IPC-Fipe fechou março praticamente estável, com alta de 0,51% depois de ter subido 0,54% em fevereiro. De acordo com Moreira, além dos alimentos, o que continua pressionando o índice são os reajustes nos preços dos combustíveis. Em março o preço da gasolina subiu 12% e o etanol, 7%.
"O dólar saiu de R$ 3,25 no começo do ano, bateu em quase R$ 4,00. Os preços dos combustíveis acompanharam, mas quando o câmbio voltou os preços dos combustíveis não voltaram", observou o economista.