Pandemia faz varejo registrar queda mais intensa em 20 anos
Recuo nas vendas em abril foi de 16,8% ante março e a igual mês de 2019, segundo o IBGE. Com a redução salarial, nem as atividades essenciais, como supermercados, tiveram alta no período
O comércio varejista no país teve queda de 16,8% em abril ante março, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta terça-feira (16/06) pelo IBGE. Essa queda, provocada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), foi a mais intensa em 20 anos, afirmou o órgão.
O recuo foi o mesmo na comparação com abril do ano passado. O varejo também registrou quedas de 6,1% na média móvel trimestral e de 3% no acumulado do ano. No acumulado de 12 meses, há um crescimento de 0,7%.
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Na passagem de março para abril, houve quedas nas oito atividades pesquisadas: tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-29,5%), móveis e eletrodomésticos (-20,1%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-17%), combustíveis e lubrificantes (-15,1%) e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,8%).
Diferentemente de março, quando os setores alimentícios e de farmácia tiveram alta, em abril isso não aconteceu.
“Em março, podemos imaginar o cenário em que essas atividades essenciais absorveram um pouco das vendas das outras atividades que tinham caído muito, mas nesse mês isso não foi possível. Tivemos também redução da massa salarial que, entre o trimestre encerrado em março para o encerrado em abril, caiu 3,3% - algo em torno de R$ 7 bilhões. Isso também refletiu nas atividades consideradas essenciais”, diz o gerente da PMC, Cristiano Santos.
O varejo ampliado, que inclui também os materiais de construção e os automóveis e peças, teve queda de 17,5%, devido a quedas de 36,2% na venda de veículos e peças e de 1,8% nos materiais de construção.
O varejo ampliado teve quedas também de 27,1% na comparação com abril do ano passado, de 9,9% na média móvel trimestral e de 6,9% no acumulado do ano. No acumulado de 12 meses, houve alta de 0,8%.
Em relação à receita nominal, o varejo caiu 17% na comparação com março deste ano e de 13,7% na comparação com abril do ano passado. A receita do setor cresceu 0,7% no acumulado do ano, e 3,6% em 12 meses.
O varejo ampliado teve quedas, na receita nominal, de 16,3% na comparação com março, de 9% na comparação com abril e de 3,6% no acumulado do ano. No acumulado de 12 meses, houve alta de 3,3% na receita.
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