O PIB ainda tem salvação?
A economia do país vem desacelerando. No acumulado em 12 meses, o PIB cresce apenas 0,72%
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma dos bens e serviços finais produzidos por um país em um período de tempo. Procura-se avaliar o PIB pelos setores da indústria, agricultura e serviços, onde se inclui o comércio.
Vamos fazer uma análise em perspectiva temporal desde a recessão até o primeiro quadrimestre de 2019 de cada setor, conforme a tabela.
Podemos observar que em 2016 o PIB caiu 3,5% no segundo ano da grande recessão, onde todos os componentes recuaram.
Em 2017 começa uma lenta recuperação, com alta de 1,1%. Os resultados são mistos: indústria e varejo crescem, mas os demais serviços (a maior fatia do PIB) ainda caem. Quem se destaca é a agricultura, que conseguiu uma “super safra”.
Em 2018 o PIB volta a crescer (1,1%), mas os resultados são mistos: indústria perde força, varejo se sustenta e serviços param de cair. A Safra recua 5%.
Finalmente, os acumulados de 12 meses até abril de 2019 indicam que o setor industrial intensificou sua queda ao perder mercados externos com a crise na Argentina, guerra comercial e desaceleração global.
O varejo perdeu fôlego, refletindo a perda da confiança e o desemprego ainda alto. Os outros serviços também acompanharam o varejo e desaceleraram o crescimento para 0,4%.
A Safra, mesmo com a revisão que ponta para uma alta feita pelo IBGE, não volta ao patamar de 2017.
O PIB do BC de abril caiu 0,47% sobre março, configurando a quarta queda mensal consecutiva. O acumulado de 12 meses desacelerou para 0,72%.
É cedo para apostar que algum setor irá salvar o PIB, ou até mesmo para saber se a economia ainda pode crescer 1,1%. Vamos acompanhar.
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