Meirelles: crescimento potencial do país é de 2,5%
Com as reformas estruturais, a economia poderia avançar acima de 3% ao ano, disse o ministro da Fazenda, que participa de evento nos Estados Unidos
O crescimento potencial do Brasil hoje é de 2,5%, segundo o ministro Henrique Meirelles, da Fazenda. Para crescer mais, ele vê a necessidade da aprovação das reformas estruturais, como as da Previdência e a trabalhista.
Com elas, aponta o ministra, o país poderia crescer de forma sustentável à média de 3,3% ao ano. "O ritmo de alta do PIB no começo de 2018 será acima de 3%, em termos anualizados", afirmou.
Em apresentação no Atlantic Council em Washington, o ministro mostrou um slide no qual apontava que o potencial do PIB é de 2,5% em 2018 e 2019 e de 2,6% em 2020.
"Nossa projeção para o PIB neste ano é de expansão de 0,5%", apontou Meirelles, destacando que o nível de atividade neste começo de ano está sendo afetado pelo carregamento estatístico surgido de queda do PIB de 3,6% em 2016.
REFORMAS
Meirelles comentou que o Brasil está em pleno processo de reforma da Previdência Social, com a proposta enviada ao Congresso que deve ser votada em 10 dias pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
Meirelles destacou que agora no Brasil ocorre um processo positivo de debate sobre as questões envolvendo a Previdência. "E isso é positivo e democrático", apontou. Ele destacou que em outros países tal mudança estrutural também é complexa, citando o caso da Suécia.
Segundo o ministro, a versão do relator para a proposta do governo da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), indica que representa 75% do benefício fiscal em dez anos ante a proposta original.
"A proposta da reforma na atual condição atende nossas expectativas e projeções", disse.
Ele afirmou que, como as reformas fiscais devem permitir uma redução dos gastos do governo em dez pontos porcentuais do PIB em uma década, os investimentos deverão subir no País.
"Queremos mais investimentos privados em projetos em infraestrutura. O governo quer regras claras e estáveis para viabilizar estes investimentos", afirmou.
IMAGEM: Agência Brasil