Incerteza da economia segue em patamar elevado
Para FGV, apesar da equipe econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro, se mostrar comprometida com as contas públicas, há uma incerteza relacionada ao alinhamento do novo Congresso a uma agenda liberal-econômica
O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 1,4 ponto na passagem de outubro para novembro, alcançando 111,7 pontos, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O movimento ocorre após uma queda de 11,2 pontos entre setembro e outubro, representando um "comportamento de incerteza alta", apontam pesquisadores.
"O indicador de incerteza mantém-se em patamar elevado e seu avanço é resultado de uma oscilação natural. Apesar da equipe econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro, se mostrar comprometida com as contas públicas, há uma incerteza relacionada ao alinhamento do novo Congresso a uma agenda liberal-econômica", diz a pesquisadora Raíra Marotta.
"A tendência é que o nível de incerteza se mantenha elevado até que o presidente eleito assuma e tais questões sejam definidas", diz.
O IIE-Br é formado por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
Na abertura do indicador, o IIE-Br Expectativa cedeu 8,4 pontos, de 117,7 pontos em outubro para 109,3 pontos em novembro. Já o IIE-Br Mídia avançou 3,7 pontos, de 107,4 pontos para 111,1 pontos na mesma base de comparação.
A coleta do Indicador de Incerteza da Economia Brasileira é realizada pela FGV entre o dia 26 do mês anterior ao dia 24 do mês de referência.
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