Focus prevê Selic em 12,50% ao ano e custo do crédito sobe
Pesquisa estima que a taxa básica aumente 0,50 ponto percentual na quarta-feira da semana que vem. Aumentos já fizeram os juros do crédito atingir o patamar de 2012
A taxa básica de juros (Selic) continuará subindo para conter a inflação e só deve ceder em 2016, de acordo com a pesquisa Focus.
Isso deve pressionar ainda mais o custo do crédito, que em dezembro subiu e atingiu o nível de 2012, como mostra a pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
A estimativa da pesquisa semanal Focus (realizada com analistas de mercado) é de que a Selic suba de 11,75% ao ano para 12,25% ao ano na quarta-feira da semana que vem, quando termina a primeira reunião de 2015 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
A perspectiva dos analistas ouvidos pela Focus é que os juros continuem subindo neste ano, mas de forma gradual após a primeira reunião. Para o fim do ano, a projeção é a de que a taxa básica esteja no patamar de 12,50% ao ano. Depois, em 2016, deve diminuir um pouco até atingir 11,50% ao ano.
Já a estimativa dos analistas que mais acertam as projeções, do grupo chamado Top 5 da pesquisa Focus, é a de que a Selic encerre este ano em 12,75%. Para o encerramento de 2016, esse mesmo grupo projeta uma taxa de 11,75% ao ano.
Apesar de ser uma estimativa, é um sinal de alerta para quem precisa de financiamento. Isso porque os recentes aumentos da Selic já provocaram um encarecimento do crédito para consumidores e empresas.
CUSTO DO CRÉDITO SOBE
Pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) mostra que os juros ao consumidor subiram no último mês, em linha com o aumento da Selic.
A taxa de juros média para a pessoa física passou de 6,14% ao mês em novembro para 6,30% ao mês em dezembro. A taxa média de juros anual passou de 104,43% em novembro para 108,16% em dezembro. Este foi o maior patamar desde março de 2012, de acordo com a série da Anefac.
A pesquisa monitora as taxas médias de seis linhas de crédito para pessoa física (juros do comércio, cartão de crédito, cheque especial, crédito direto ao consumidor para automóveis, empréstimo pessoal de bancos e de financeiras).
Segundo a Anefac, as linhas de crédito que tiveram o maior aumento na taxa média para a pessoa física foram cheque especial (de 8,56% ao mês para 8,92% ao mês) e cartão de crédito (de 10,90% ao mês para 11,22% ao mês).
Pesquisa realizada pelo Procon do Estado de São Paulo, no último dia 6 em sete bancos, mostra que a taxa média do cheque especial subiu para 10,37% ao mês em janeiro, elevação de 0,22 ponto percentual na comparação com dezembro de 2014.
Já a taxa de juros média de empréstimo pessoal nos sete bancos, segundo o Procon, se manteve em 5,85% ao mês, assim como em dezembro, mas subiu 0,45 ponto percentual em relação a janeiro do ano passado.
A Anefac mostra que os juros médios de três linhas de crédito para empresas também subiram no mês passado. A taxa média para a pessoa jurídica passou de 3,49% ao mês em novembro para 3,54% ao mês em dezembro.
O custo que mais subiu, em 0,08 ponto percentual, foi o da conta garantida (o limite de cheque especial da pessoa jurídica), que passou de 5,94% ao mês em novembro para 6,02% ao mês em dezembro. As taxas médias das linhas capital de giro e desconto de duplicatas subiram 0,04 ponto percentual cada.
*Com informações de Estadão Conteúdo