Economistas projetam Selic a 13,25% ao ano
A expectativa é que o Copom decida por aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deverá elevar em 0,50 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juro Selic na reunião que termina nesta quarta-feira (29/4).
A projeção é de um grupo de 25 analistas de instituições financeiras que fazem parte da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).
Este grupo, que forma o Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima, está certo de que a Selic chegará a 13,25% ao ano. A previsão contempla, ainda, mais uma elevação de 0,25 p.p. da Selic na próxima reunião, em junho.
Mesmo com o aumento da taxa de juros previsto pela Anbima, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deverá continuar subindo ao longo deste e do próximo ano.
Os economistas esperam que a inflação encerre o ano em 8,2%, ante projeção de 7,5% em fevereiro. Para 2016, o Comitê também elevou a expectativa de inflação, de 5,51% para 5,70%.
O cenário contempla ainda a elevação da taxa de câmbio. Para o final de 2015, a projeção para a taxa de câmbio foi revisada de R$ 2,95 para R$ 3,20, o que corresponde a uma desvalorização de 12,94% do real.
Para o final de 2016, o Comitê elevou a projeção da taxa de câmbio de R$ 3,10 para R$ 3,35.
O Comitê da Anbima revisou ainda as expectativas em relação ao PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país) para 2015. A projeção passou de uma retração de 0,83% para um recuo de 1,27%.
"Todas as projeções de crescimento foram negativas, indicando a piora da percepção dos analistas quanto à trajetória da economia brasileira. Para 2016, o Comitê revisou de 1,3% para 1% a taxa de crescimento do PIB", afirma Marcelo Carvalho, presidente do Comitê da entidade.
O Banco Barclays, em relatório, diz que também espera um aumento de 0,50 p.p. na taxa Selic nesta semana. Para o banco, o BC só deve encerrar o ciclo de alta de juros em junho, quando a perspectiva de PIB fraco - combinada com inflação relativamente estável e melhor superávit primário -, deverá pesar mais sobre a decisão da autoridade monetária.
*Com informações de Estadão Conteúdo