Segundo economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), queda na capacidade instalada mostra que setor sente os efeitos da desaceleração da economia
| Da equipe de economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)
Em março, a atividade industrial recuou 3,8% em relação ao mesmo período de 2019, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), superando as expectativas de retração projetadas pelo mercado.
Em relação ao mês anterior, houve queda histórica de 9,1%, livre de efeitos sazonais, a pior desde o início da série (2002).
Esses resultados mostram a força dos efeitos negativos provocados pela pandemia, mesmo havendo três dias úteis a mais pelo fato de o Carnaval ter ocorrido em fevereiro, e podem ser vistos tanto pelo lado da desarticulação das cadeias produtivas do setor, devido à falta de insumos importados da China, como pela significativa contração da demanda, em decorrência do isolamento social, deflagrado a partir da segunda quinzena do mês.
Em 12 meses, contudo, os impactos se diluem, resultando em ligeira desaceleração da contração, que alcançou 1,0%.
No comparativo anual, a retração foi disseminada por todas as quatro categorias consideradas na pesquisa, com destaque negativo para os bens de consumo duráveis, principalmente veículos, e os semi e não duráveis, notadamente bebidas, além de artigos de viagem e calçados.
Em síntese, os resultados de março começam a refletir os impactos negativos do surto de covid-19 sobre a atividade industrial, que tendem a ampliar-se em abril, a julgar pela baixa da utilização da capacidade instalada, segundo índice apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sugerindo intensa queda da atividade econômica durante o segundo trimestre e o ano como um todo, a depender da duração do distanciamento social.
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