Ivan Monteiro, diretor de Finanças da estatal, sobreviveu à queda de Bendine e trabalhou ao lado de Pedro Parente
| Agência de notícias da Empresa Brasileira de Comunicação.
O Conselho de Administração da Petrobras convidou Ivan de Souza Monteiro para presidir interinamente a estatal. Monteiro é o atual diretor executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores.
Chegou à Petrobras junto com ex-presidente Aldemir Bendine, nomeado pela então presidente Dilma Rousseff.
Investigado pela Lava-Jato, Bendine perdeu o cargo, mas Ivan Monteiro permaneceu e trabalhou durante os dois últimos anos ao lado de Pedro Parente.
Quando Bendine foi presidente do Banco do Brasil (BB), ele ocupou a vice-presidencia de Gestão Financeira e de Relações com Investidores de 2009 a 2015.
No BB, já havia ocupado cargos de gerente executivo da Diretoria Internacional, superintendente comercial, gerente geral nas agências em Portugal e Nova York e diretor comercial. Antes de ir para a Petrobras e o Banco do Brasil, sempre atuou como executivo de diversas instituições no mercado financeiro.
INTERFERÊNCIA
O potencial retorno de interferência política "mais forte" na estratégia da Petrobras, que levou ao pedido de demissão de seu presidente, Pedro Parente, é negativo para o crédito da companhia, pois poderia tirar dos trilhos suas metas de desalavancagem e resultar em ajustes para baixo de sua qualidade de crédito subjacente, afirma a agência de classificação de risco Fitch.
Atualmente, a agência enxerga o perfil de crédito da estatal como proporcional a um rating BB- sob a presunção de que a estrutura de capital da empresa permaneceria em linha com os níveis de dívida total em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebita, na sigla em inglês) informados recentemente, de "em torno de 4x".
"Apesar do provável aumento de interferência do governo nos negócios da companhia, espera-se que os ratings BB-, com perspectiva estável, em moeda estrangeira e local da Petrobras permaneçam ligados àqueles da (nota de crédito) soberana (do Brasil), que também é avaliada em BB-, com perspectiva estável, devido à alta importância sociopolítica e financeira da empresa para o país", escreve a Fitch em comunicado.
LEGADO
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) lamentou, em nota, a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras.
Segundo o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, tanto o governo quanto a sociedade perdem com a saída do executivo da estatal. Gouvêa Vieira ressaltou que atitudes impopulares tomadas por Parente tinham como objetivo a recuperação da companhia.
Leia a íntegra da nota do presidente da Firjan:
"Pedro Parente encarou um enorme desafio ao assumir a Petrobras depois da maior crise ética e econômica da história da estatal. Íntegro, correto e competente, elevou o valor de mercado da companhia em mais de R$ 200 bilhões.
Foi o responsável por colocar as contas em dia e, com pulso firme, foi obrigado a tomar atitudes muitas vezes impopulares, mas sempre tendo como objetivo a recuperação da Petrobras.
Com um trabalho de comprometimento e entrega trouxe esperança para o mercado de petróleo e gás, especialmente por conta dos novos leilões, um incentivo à indústria e para a atração de novos investimentos.
Espero que o próximo gestor tenha integridade e comprometimento para dar continuidade à retomada de recuperação da Petrobras, para o bem da estatal, da indústria e pelo crescimento do País."
*Com Estadão Conteúdo
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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