Para Fiesp, protecionismo de Trump não afeta o Brasil
Após reunião com embaixador americano, representante das indústrias brasileiras diz que há sinergia entre os dois países
Thomaz Zanotto, diretor do departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), afirmou que o estilo protecionista e nacionalista do novo presidente dos EUA, Donald Trump, não preocupa o Brasil.
"Somos deficitários na parte comercial, ou seja, importamos mais do que exportamos. O problema de imigração dos brasileiros é pequeno. E as empresas americanas que estão no Brasil não tiram emprego dos americanos", explicou Zanotto, após reunião com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Michael Mckinley.
Sobre as questões abordadas com o embaixador, Zanotto citou a sinergia dos setores do agronegócio, que não tem sido devidamente explorada.
"Se você pegar os países do Mercosul e os EUA, nós somos a resposta à segurança alimentar no mundo. Então podemos trabalhar nisso. Chegamos até a discutir uma iniciativa na África", disse o diretor, sem dar mais detalhes.
Segundo Zanotto, um próximo encontro com o embaixador está sendo agendado para depois que todo o gabinete de Trump estiver montado, especialmente o posto de secretário de comércio, que cuida de questões relacionadas a comércio exterior.
Ainda não há previsão de data, mas a reunião deverá acontecer na sede da Fiesp, em São Paulo.
McKinley, indicado pelo ex-presidente Barack Obama, está no Brasil há apenas um mês, após ocupar o posto no Afeganistão. McKinley tem carreira diplomática e não política
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