Em protesto contra Temer, vândalos atacam prédio da Acipi
Grupo depredou a sede da Associação Comercial e Industrial de Piracicaba. Entidades do Estado de São Paulo divulgam nota de repúdio
Um protesto que deveria ser democrático contra o presidente Michel Temer transformou em alvo de vandalismo a Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), no último sábado (03/09).
A depredação deixou um rastro de pichações e a bandeira do Brasil rasgada - e mobilizou as associações comerciais do Estado de São Paulo filiadas à Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e à Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), que emitiram uma nota de repúdio.
Segundo a Acipi, manifestantes acompanhados de veículo de som pararam em frente à sede da entidade e invadiram o prédio enquanto havia atendimento no local.
"Alunos da Escola de Negócios estavam em aula e um funcionário que zela pela segurança do prédio estava presente quando os manifestantes invadiram nossa sede”, conta Paulo Roberto Checoli, presidente da Acipi.
A invasão resultou em portões entortados, paredes e chão pichados com o bordão “Fora Temer” e bombas nas áreas
externas e internas do prédio.
De acordo com Checoli, a Acipi, “é a favor do direito do cidadão se manifestar pacificamente, desde que não haja invasão de propriedade privada”.
“Não podemos admitir um ato desse, inclusive rasgaram a bandeira do Brasil que ficava fixada na entrada da entidade. Estamos tomando as providências legais cabíveis e não vamos tolerar vandalismo. Os envolvidos serão punidos de acordo com a justiça”, afirma.
No sábado, dois suspeitos foram detidos e levados ao plantão da Polícia Civil e liberados após prestarem seus depoimentos.
Imagens do circuito interno de segurança foram disponibilizadas para investigações. Sergio Antonio Fortuoso, superintendente da Acipi, que acompanhou o caso, diz que as providências já estão sendo tomadas.
“Estamos disponibilizando imagens gravadas por nossas câmeras de segurança para a imprensa e redes sociais para que possamos ganhar força e identificar os vândalos."
"Outras imagens estão sob o poder da polícia e mantidas em sigilo para não atrapalhar as investigações. Confiamos nos trabalhos das polícias, do Ministério Público e do Poder Judiciário”, destaca Fortuoso.
REPÚDIO
Alencar Burti, presidente da Facesp e da ACSP e George Pinheiro, presidente da CACB assinaram uma nota de repúdio contra o ato de vandalismo.
De acordo com a nota, a CACB e a Facesp, em nome das 420 entidades filiadas no Estado, manifestam solidariedade à Acipi, que foi vítima de covarde ato de violência por um grupo de vândalos que, incapazes de conviver em ambiente democrático, expressa seu inconformismo agredindo propriedades públicas e privadas.
"Ao depredar a Acipi, símbolo do empreendedorismo de Piracicaba e da região, esse grupo demonstra ser contra o progresso e a melhora das condições de vida da população, apostando no 'quanto pior, melhor', para alcançar seus objetivos de conquistar o poder pela violência, revelando suas características autoritárias e impatrióticas."
"A CACB e a Facesp condenam essa agressão à entidade piracicabana e todas as formas de violência contra propriedades em geral. E esperam que tais atos sejam coibidos com energia e que seus responsáveis sejam punidos na forma da lei."
De acordo com o documento, o direito a manifestações não pode servir de pretexto para ataques sistemáticos às instituições, das quais o direito de propriedade e as seguranças patrimonial e pessoal constituem partes fundamentais.
A Confederação e a Federação manifestam sua solidariedade à polícia, embora condenem eventuais excessos, mas consideram que é função da autoridade garantir o respeito à lei, mesmo com o uso da força quando necessário.
Esperam, também, que a Justiça aplique a lei contra os que praticarem atos de violência, independentemente do pretexto utilizado ou da autodenominação dos grupos responsáveis.
"Reiterando solidariedade à Associação Comercial e Industrial de Piracicaba, a CACB e a Facesp manifestam sua confiança nas autoridades e a certeza de que novos atos dessa natureza não mais serão tolerados e que as instituições serão preservadas para que os empresários possam se dedicar à sua função de promotores do progresso, produzindo, gerando empregos e renda, contribuindo para a retomada da economia e do desenvolvimento social."
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