ACSP na luta pela igualdade racial
Lei paulista aprovada em junho de 2018 determina que cartazes anti-discriminação sejam afixados em estabelecimentos comerciais. Associação faz campanha para orientar seus associados
A Lei paulista 16.762, de junho de 2018, obriga que cartazes sejam afixados em estabelecimentos comerciais para lembrar que atos de discriminação racial são passiveis de punição. Para que a lei seja cumprida, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) faz uma campanha de orientação e conscientização. O objetivo é que os ccomerciantes coloquem o cartaz em seus estabelecimentos.
Em evento realizado em sua sede, representantes da entidade formalizaram a adesão à iniciativa pela igualdade empresarial da Faculdade Zumbi dos Palmares. A parceria foi uma iniciativa de Marcel Solimeo, economista-chefe da ACSP.
“Trata-se de uma iniciativa no sentido de promover a igualdade racial. Estamos fazendo um grande esforço para orientar e conscientizar nossos associados para a importância do respeito a todos os direitos dos cidadãos. Os empresários são muito importantes para essa conscientização”, disse Solimeo.
"Esta parceria serve para fortalecer a diversidade dentro da Associação Comercial. Não só referente às raças, que é o forte deste projeto, mas em relação à diversidade como um todo. Não podemos esquecer os outros pontos da diversidade. Por exemplo, podemos falar sobre as gerações: Ninguém é velho ou novo demais, que não possa ajudar a Associação Comercial a ser cada vez melhor e maior. Temos em torno de 64% de nosso público composto por mulheres. A entidade preza pela pessoa com deficiência. Aprendemos cada vez mais com eles. A igualdade se faz sim com as diferenças. Respeitamos a orientação sexual das pessoas e a liberdade de credo. O mesmo acontece com as etnias. A ACSP diz sim à liberdade racial. Por isto, elaboramos estes dez compromissos, que visam estimular as pessoas a trabalhar com a diversidade. A nossa orientação sempre foi neste sentido", disse Carla Almeida Semidamori Castro, Gerente de Recursos Humanos da ACSP.
A campanha está inserida na semana da consciência negra. Vinte de novembro, dia da Consciência Negra, é feriado em mais de mil cidades brasileiras.
Neste dia, em 1695, Zumbi foi delatado por um de seus capitães, Antônio Soares, e morto pelo capitão Furtado de Mendonça. Zumbi tinha 40 anos de idade. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao Governador Melo e Castro.
Seu corpo foi exposto em praça pública. Foi a maneira que seus algozes encontraram para tentar acabar com o mito da imortalidade de Zumbi dos Palmares.
UM GRANDE AVANÇO
Mas Zumbi virou sinônimo de luta para os negros. Zumbi dos Palmares foi o último líder do maior dos quilombos do período colonial. A data foi incluída no calendário escolar nacional em 2003 e em 2011 a Lei 12.519 foi instituída oficialmente como o Dia nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
A partir de então, a sociedade brasileira avançou no sentido de proibir atos discriminatórios por motivo de raça ou cor.
A Lei Estadual número 16.762, de junho de 2018, é um exemplo disso. A norma altera a Lei 14.187, de 2010, que pune atos discriminatórios por motivo de raça ou cor em ambientes de trabalho, estudo, cultura, lazer, esporte ou entretenimento, áreas comuns de condomínios, praças de alimentação, hotéis, pousadas, centros comerciais, bancos e similares, supermercados, açougues, padarias, farmácias e drogarias.
Uma placa metálica sobre a Lei 16.762 será colocada na entrada da sede da ACSP, no centro de São Paulo.