Pesquisa do Ciesp aponta Alto Tietê em 24º no ranking de exportações
No segundo ano consecutivo de queda nas vendas externas e nas importações, Região perde uma posição no levantamento estadual
A Diretoria Alto Tietê do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) fechou 2016 na 24ª posição no ranking da exportação paulista. O levantamento abrange a participação das 39 regiões industriais nos US$ 52,6 bilhões da pauta exportadora estadual, responsáveis por 28,4% do montante vendido pelo Brasil no mercado global no acumulado no ano passado.
O levantamento do Ciesp e da Fiesp, a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostra que pelo segundo ano o Alto Tietê (Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano) reduziu as exportações e, com isso, perdeu mais uma posição no ranking estadual, saindo da 24ª colocação para a 23ª. Em 2014, a Região chegou a ocupar o 20º lugar no Estado.
Na comparação com 2015, a remessa de produtos ao exterior dos oito municípios que compõem a Regional do Ciesp Alto Tietê no acumulado no ano de 2016 caiu 4,0%, passando de US$ 772,2 milhões para US$ 741,5 milhões. Os números são contrários ao registrado no Estado de São Paulo, que ampliou em 1,8% as exportações.
As importações também caíram no Alto Tietê mais uma vez. Em comparação com 2015, a redução foi de 17,9%, passando de US$ 1,20 bilhão para US$ 983,1 milhões no acumulado de 2016.
Com isso, a corrente de comércio regional (exportações e importações) teve retração de 12,5%, indo de US$ 1,97 bilhão para US$ 1,72 bilhão. O saldo da balança comercial, no acumulado no ano de 2016, foi deficitário em US$ 241,6 milhões, uma queda de 43,3% em relação a 2015, quando o déficit foi de US$ 426,0 milhões, uma queda de 43,3%.
A direção do Ciesp Alto Tietê ressalta que os indicadores negativos da Região no mercado global refletem as dificuldades que o setores produtivos enfrentam. “Mas apesar do volume menor, as exportações continuam a ser a alternativa para a sobrevivência de muitas empresas, que deixam de ser totalmente dependentes do mercado interno, o qual permanece desaquecido. Só que com as condições internas de juros, legislação trabalhista e, principalmente, carga tributária, está muito difícil competir lá fora, o que ajuda a explicar a redução nas exportações”, avalia José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp Alto Tietê.
“No caso das importações, a diminuição no volume está associada diretamente à demanda reduzida e ao fraco desempenho do setor industrial, que retraiu quase 10% no Estado de São Paulo em 2016. Se está produzindo pouco, a aquisição de matéria-prima é menor. Além disso, os investimentos em equipamentos estão estagnados”, acrescenta Caseiro, ao pontuar que a desvalorização do Real frente ao dólar, assim como de outras moedas, também tem sua culpa na redução das importações, ao mesmo tempo em que contribuiu para que as exportações não fossem tão prejudicadas.
A retomada do comércio global neste ano, por sua vez, depende de uma série de medidas que são esperadas do Governo. Segundo a direção do Ciesp, para melhorar a sua capacidade de exportação, a indústria precisa ter competitividade frente aos seus concorrentes, o que só será possível com redução de carga tributária, segurança jurídica e outros fatores que compõem o custo Brasil. “Existe uma grande expectativa para um início do processo de recuperação da economia brasileira, mas ela não deve se realizar no curto prazo”, ressalta Caseiro.
Em 2016, os destaques nas exportações do Alto Tietê foram: Papel e cartão, obras de pasta de celulose, de papel ou de cartão (US$ 199,9 milhões); Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e suas partes (US$ 102,7 milhões); Veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios (US$ 73,7 milhões). Os principais destinos das exportações da Região foram: Estados Unidos (18,6% do total exportado); Argentina (18,0%) e Ilhas Cayman (7,9%).
Nas importações do Alto Tietê, os destaques são: Produtos farmacêuticos (US$ 202,7 milhões); Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos e suas partes (US$ 168,5 milhões); Produtos químicos orgânicos (US$ 112,2 milhões). As principais origens dos produtos importados pela Região foram: Estados Unidos (18,2% do total importado); Alemanha (18,0%) e França (13,9%).
O município de Suzano permanece como o principal exportador do Alto Tietê, respondendo por 66,8% das exportações da Região. Mogi das Cruzes aparece em segundo lugar, com 22,9%; Poá vem em terceiro com 4%, enquanto os outros municípios somam 6,3%.
Suzano também é o principal importador da Região, respondendo por 65,6% das importações da região. Mogi das Cruzes novamente aparece em segundo, com 22,8%, e Guararema ocupa o terceiro lugar, com 4,6%. Os outros municípios foram responsáveis por 7% das compras em outros países.
Confira a seguir, o desempenho de cada município do Alto Tietê no mercado global em 2013.
Cidade |
Exportação (US$) |
Importação (US$) |
Saldo 2015 (US$) |
Biritiba Mirim |
- |
369.697 |
-396.697 |
Ferraz de Vasconcelos |
11.869.385 |
7.472.832 |
4.396.553 |
Guararema |
8.892.781 |
44.804.269 |
-35.911.488 |
Itaquaquecetuba |
26.264.938 |
40.482.239 |
-14.217.301 |
Mogi das Cruzes |
169.996.311 |
224.192.733 |
-54.196.422 |
Poá |
29.402.885 |
20.361.987 |
9.040.898 |
Salesópolis |
7.429 |
- |
7.429 |
Suzano |
495.084.629 |
645.394.029 |
-150.309.400 |
Total |
741.518.358 |
983.104.786 |
241.586.428 |
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Estado de São Paulo
No acumulado do ano de 2016, o saldo da balança comercial do Estado de São Paulo foi superavitário em US$ 857,4 milhões. As exportações do Estado movimentaram US$ 52,6 bilhões, registrando aumento de 1,8% em relação ao acumulado no mesmo período de 2015. Já o volume importado somou US$ 51,8 bilhões, uma queda de 18,9%, nos mesmos termos.
No Brasil, as exportações no acumulado do ano de 2016 somaram US$ 185,2 bilhões, registrando queda de 3,1% sobre o mesmo período de 2015. Já a entrada de importados movimentou US$ 137,6 bilhões, com queda de 19,8% sobre o mesmo período do ano anterior.
O saldo comercial acumulou superávit de US$ 47,7 bilhões, um resultado melhor que no mesmo período de 2015, quando registrou superávit de US$ 19,7 bilhões.
Já a corrente de comércio do Brasil alcançou US$ 322,8 bilhões, representando uma queda de 11,0% sobre o mesmo período do ano anterior, quando totalizou US$ 362,6 bilhões.