Papa critica indiferença aos necessitados e compaixão por animais
Em audiência na Praça São Pedro, o papa Francisco tocou em um dos temas mais sensíveis da atualidade ao falar sobre a importância da “verdadeira piedade”
Durante a audiência jubilar na Praça São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco questionou as pessoas que ignoram aqueles que passam por sofrimento e dão preferência aos animais domésticos.
Ao falar sobre piedade, o pontífice disse: "Quantas vezes, vemos pessoas tão ligadas aos gatos e aos cachorros e que não ajudam o vizinho ou a vizinha que está passando fome? Não, não, isso não está certo?"
Em seu pronunciamento, Francisco questionou os cristãos, pedindo para que fiquem atentos para não confundir piedade com a compaixão como uma emoção superficial que ofende o outro.
"A piedade não é confundível com a compaixão pelos animais que vivem conosco”, afirmou. “Ocorre que, às vezes, uma pessoa sente compaixão pelos animais e fica indiferente ao sofrimento dos vizinhos.”
Não foi a primeira vez que o papa, um fã de gatos, se refere ao apego aos animais domésticos, que se tornou mais acentuado nos tempos atuais. Em um sermão em 2014, ele ironizou os casais que abrem mão de filhos e se dedicam a cães ou gatos.
“Sem filhos, você pode ver o mundo, sair de férias, ter uma casa no campo, ficar tranquilo. Sem dúvida, é mais conveniente ter um pequeno cão, dois gatos.”
Em sua audiência no Vaticano, falando sobre a importância da piedade aos outros seres humanos, Francisco lembrou: “Jesus dizia que viver a piedade equivale a dividir a tristeza com quem se encontra, mas ao mesmo tempo, é trabalhar em primeira pessoa para levar alegria".
Aos fiéis que estavam na audiência especial, ele fez um convite para "cultivar a piedade" e assim afastar a indiferença, conseguir reconhecer o sofrimento dos outros e "liberar-nos da escravidão do bem-estar material".
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