No centro de São Paulo, atendimento médico gratuito à população
Na Feira da Saúde, uma iniciativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), foi possível medir pressão arterial e glicemia, receber avaliações oftalmológica e odontológica, entre outros exames
Milhares de pessoas receberam atendimento médico gratuito na 19º Feira da Saúde, realizada nesta sexta-feira, 7/04, no Pátio do Colégio. O evento, que é uma iniciativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mobilizou entidades da área da saúde e grupos de voluntários para atender os cidadãos que participaram da Feira.
Ao todo foram oferecidos atendimentos em 20 especialidades, como medição de pressão arterial e glicemia, avaliações oftalmológica e odontológica, orientação nutricional e teste de hepatite.
“Costumo dizer que a Feira é um grande trabalho que é público sem ser estatal, de interesse do povo sem ser do governo. É uma iniciativa com grande entusiasmo”, disse Márcio Fernando Elias Rosa, Secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo.
Criada há 19 anos por Gaetano Brancati Luigi, assessor especial da presidência da ACSP, a Feira da Saúde tem como missão oferecer atendimento médico gratuito à população que não tem acesso fácil à saúde.
“Isto aqui é um serviço que a ACSP presta às comunidades carentes. Pessoas que não têm acesso a planos de saúde fazem exames e recebem orientações médicas”, disse Luigi, que também idealizou o Marco e Monumento da Paz.
ATENDIMENTOS
Domênica Catiussa de Paula, 32 anos, chegou ao Pátio do Colégio, local da Feira da Saúde, preocupada. Grávida de seis meses, mãe de dois filhos, havia caminhado com muita dificuldade da estação São Bento do metrô, distante cerca de 200 metros dali. Ela não estava enxergando direito.
Reclamava de “um cisco” no olho direito. Foi imediatamente recebida no posto de atendimento montado na feira pelo Hospital Cema, especializado em olhos, ouvidos, nariz e garganta.
Antes de ser atendida, Domênica suspeitava que podia estar com catarata, doença mais comum em idosos. Os exames feitos não constataram a presença de catarata. Ela foi orientada a comparecer para um atendimento também gratuito na unidade do Cema em Santana, na Zona Norte, o bairro em que mora.
“Sinto que tem uma sombra em meu olho direito, que me incomoda muito. Vou ao Cema de Santana segunda-feira, para fazer mais exames”, disse ela que, como a maioria das pessoas que foram à feira, não tem plano de saúde.
ORIENTAÇÃO
Juliana Lopez de Oliveira, coordenadora do curso de nutrição da Faculdade das Américas, orientava seus alunos nos postos com profissionais especializados em medir os índices de glicose e colesterol.
Eram os mais procurados da feira. Quem chegou aos postos de atendimento com índice de diabetes acima dos 400 mg, foi orientado a procurar um médico imediatamente.
Juliana disse que uma das queixas mais comuns na feira é quanto ao mau funcionamento do intestino. E para que o intestino funcione como um relógio, segundo Juliana, é importante que a alimentação seja rica em fibras, tais como frutas, verduras, legumes, arroz e pão integral.
OPORTUNIDADE
Copeira do Tribunal de Justiça, Zenaide da Silva Carneiro, 48 anos, usa o plano de saúde do marido. Mas como trabalha nas proximidades do Pátio do Colégio, aproveitou para medir a pressão arterial, que registrou 12 por 8, e o nível de diabetes, que estava em 216 .
Foi orientada a fazer uma rigorosa dieta alimentar, pois está acima do peso. Atualmente ela pesa 80 quilos.
O segurança Fausto Ricardo de Oliveira, de 36 anos, também mediu a pressão arterial – verificou que estava em 13 por 7 -, e o índice de glicemia, em 106, níveis considerados bons para a faixa etária.
Morador em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste, Fausto não tem plano de saúde e trabalha sem registro em carteira. “Sou terceirizado. Se trabalhar, ganho. Se não trabalhar, passo fome”, afirmou.
FOTOS: Wladimir Miranda