Não temos lideranças
Diante da gravidade e da multiplicidade da crise que o país atravessa, a mandatária abriu mão do comando, e os que tentam assumi-lo se dividem e atiram para qualquer lado
Nelson Rodrigues escreveu certa feita que a massa é fêmea e, como fêmea. gosta de macho.
Não sei como isso repercutiria no Brasil de hoje, do politicamente correto, onde as maiorias são dominadas pelas minorias, ao menos, pelo barulho que fazem.
Dentro da visão do escritor pernambucano esse poderia ser um fator do distanciamento da governanta Dilma do gosto popular, por mais que ela se esforce –ou não - no papel de sargentão.
Mas tem mais. Além dos atributos pessoais, ou falta deles, no sentido de visão de mundo, capacidade intelectual, experiência política e administrativa, humildade e aptidão para ser governo - ela parece gostar das vantagens do poder (como todo petista).
De administração já se viu que ela não entende nada. Pasadena que o diga, quando, como presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, permitiu esse verdadeiro atentado feito contra o Brasil.
Se nada sabia ficou pior ainda, pela incúria.
Os exemplos são tantos que não caberiam em dez colunas.
Indo além de tudo que se sabe, o que se reflete nos índices altamente negativos de popularidade da governanta, ela ainda tem um zumbizão vagando pelo Planalto, ectoplasma de dono do pedaço, que insiste em não desencarnar e tenta governar em paralelo.
Não precisa vice-presidente. Nem presidente. Ou presidenta, como de forma pequena a governanta gosta de ser chamada.
Basta um ex-presidente para atormentar a tudo e a todos.
A verdade é que tanto Dilma quanto Lula, estalo perdidaços.
Aliás, no Brasil de agora talvez o único que não esteja tonto com os fatos seja o presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha. O do Senado, Renan Calheiros, vai na esteira.
O Planalto, sem a “ajuda” de Lula em tentar salvar o governo, é um deserto de bom senso, de conhecimento da realidade sem viés partidário.
Sem assessoria que possa ver o mundo sem vicio ideológico, a governanta vaga pelos Estados Unidos, acreditando quando Obama lhe disse que confiava nela.
Deveria a governanta buscar entender por que hoje 90% dos brasileiros não confiam.
O mundo político brasileiro da atualidade é um deserto, reitero, de capacidade intelectual, de honestidade material e espiritual, e, pior de tudo, a massa fêmea não encontra um macho que a lidere de forma competente e proba.
Acompanhei até uma hora da manhã a transmissão da TV Câmara da votação do projeto substitutivo, derrotado ao final, que pretendia reduzir a maioridade penal para 16 anos.
Não só não preguei os olhos, diante do que vi e ouvi, como também fiquei assustado com a qualidade de quem fala em nome do povo.
Constato o que já disse. A minoria hoje domina a maioria.
Dilma finge que não é com ela, com assessores que não saíram ainda do primário da visão viciada do socialismo barato.
Lula vaga pelo Planalto em busca de si mesmo, seus tempos de glória e preservação do que conquistou, entenda como quiser, leitor.
E o Brasil, navega sem rumo num mar de tempestades cada vez mais fortes.
Sem lideranças.